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Área equivalente ao tamanho do Brasil pode ser degradada até 2050

Área equivalente ao tamanho do Brasil pode ser degradada até 2050
Agricultura ocupou 30% das terras do mundo

Se os padrões atuais de uso da terra forem mantidos, até 2050 o mundo pode ter 849 milhões de hectares degradados, área equivalente ao território do Brasil. O alerta consta no último relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que teve a participação de 27 cientistas e 33 representantes de governos.

De acordo com o estudo, a necessidade de produzir alimentos para uma população global em crescimento levou a agricultura a ocupar 30% das terras do mundo, o que resultou em degradação e perda de biodiversidade em 23% dos solos. Entre 1961 e 2007, as terras cultiváveis tiveram expansão de 11% e o percentual continua a crescer, conforme o documento.

Para Achim Steiner, subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e diretor executivo do Pnuma, florestas e outros biomas foram convertidos em terras para cultivo a um custo que não é sustentável. “Como a terra é um recurso limitado, precisamos nos tornar mais eficientes na forma de produzir e consumir. As recomendações do relatório devem alertar líderes e contribuir para as discussões sobre o uso sustentável de recursos, incluindo novas metas para o desenvolvimento sustentável pós-2015”, disse Steiner.

Segundo o Pnuma, o crescimento da renda e da urbanização está alterando o consumo de alimentos, com dietas mais ricas em carne, o que exige mais terras utilizadas para a pecuária. A crescente demanda por biocombustíveis também aumenta a necessidade de mais áreas cultiváveis. O estudo aponta que a população em expansão e em migração para cidades leva a uma projeção de que, em 2050, 5% das terras do mundo – cerca de 15 bilhões de hectares – serão ocupados por áreas urbanas.

Conforme informações da Agência Brasil, o documento reforça a necessidade de equilibrar o consumo com a produção sustentável. Segundo o Pnuma, será possível preservar 319 milhões de hectares até 2050 se houver investimento na recuperação de solos degradados, melhoria nas técnicas de manejo e planejamento do uso da terra e redução do desperdício de alimentos e de subsídios para plantações destinadas à produção de combustíveis.