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Frequência de chuvas intensas aumentou nos últimos 50 anos

Frequência de chuvas intensas aumentou nos últimos 50 anos
Município de Agronômica

A frequência de chuvas intensas aumentou nos últimos 50 anos em todo o sudeste da América do Sul, incluindo as regiões Sudeste e Sul do Brasil. Até o fim do século, o clima deve estar cerca de três graus mais quente e entre 25% e 30% mais chuvoso, conforme estimativas do primeiro Relatório de Avaliação Nacional do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

De acordo com José Antônio Marengo Orsini, chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as previsões e modelos para o futuro mostram que a tendência das chuvas é seguir aumentando. Mas, para ele, o volume de água não é o maior problema. “A chuva não mata ninguém. O clima é apenas um deflagrador dos desastres naturais”, disse. Ele explica que é o fator humano que transforma condições meteorológicas extremas em desastres naturais. Se chuvas fortes e alagamentos ocorressem em uma área não habitada, isso não representaria necessariamente uma catástrofe.

Obras mal-feitas, ocupações desordenadas e pessoas morando em áreas de risco transformam as cidades em cenários propensos a catástrofes naturais. Para Mozar de Araújo Salvador, meteorologista da Coordenadoria Geral de Desenvolvimento e Pesquisa do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a forte urbanização ocorrida especialmente a partir da década de 1970 teve influência direta no clima da própria região. Nas cidades, concreto, asfalto ou mesmo o vidro usado em prédios inteiros podem contribuir para o aquecimento do ar.