Notícias

Rússia concede anistia aos 30 ativistas do Greenpeace

Rússia concede anistia aos 30 ativistas do Greenpeace
Rússia concede anistia aos 30 ativistas do Greenpeace / Crédito: Dmitri Sharomov/Greenpeace

O parlamento russo aprovou ontem (18) decreto que concede anistia a presos por atos de vandalismo. A decisão beneficia os 30 ativistas do Greenpeace presos após um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico. Os manifestantes ficaram detidos na Rússia por dois meses.

De acordo com a organização ambiental, a anistia significa que os procedimentos legais contra os ativistas devem ser cancelados. Após os trâmites burocráticos, as 26 pessoas de nacionalidade não russa poderão voltar para casa.

Segundo o Greenpeace, a mobilização internacional pela libertação dos 30 manifestantes contou com mais de 860 protestos em 46 países e mais de 2,6 milhões de e-mails enviados para as embaixadas russas de todo o mundo – 230 mil apenas no Brasil. Além do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, o presidente do Senado Renan Calheiros enviou um pedido oficial de libertação de Ana Paula Maciel – que estava entre os ativistas presos – ao parlamento russo e o próprio Congresso votou uma moção de apoio, que foi entregue ao embaixador russo no Brasil.

Vladimir Putin

Hoje (19), um dia após o parlamento conceder anistia aos manifestantes, o presidente Vladimir Putin anunciou que a Rússia adotará medidas duras para se proteger contra qualquer tentativa de grupos ambientalistas como o Greenpeace de interferir no desenvolvimento de atividades no Ártico.

Histórico

Os 30 ambientalistas foram detidos no dia 18 de setembro deste ano após uma ação de protesto contra a exploração de petróleo no Ártico. De acordo com relatos do Greenpeace, na ocasião, dois ativistas da ONG foram presos enquanto protestavam contra a exploração de petróleo no Ártico, na plataforma Prirazlomnaya, da Gazprom, no Mar Pechora, na costa russa. Eles ficaram detidos a bordo de um navio da Guarda Costeira Russa, sem acusação ou representação legal. No dia seguinte, com armas em punho, a Guarda Costeira Russa entrou no navio de campanhas do Greenpeace, o Arctic Sunrise, enquanto ele ainda navegava em águas internacionais, e prendeu 30 ativistas que estavam à bordo.

Após levá-los para o país, no primeiro momento a Rússia acusou os ativistas de pirataria e depois de vandalismo. Em meados de novembro, a Justiça russa concedeu liberdade provisória à brasileira Ana Paula após pagamento de fiança. Ela foi a primeira militante estrangeira liberada entre os 30 detidos.