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Mundo pode se transformar em uma lixeira gigante até o final deste século

Ainda neste século, o mundo pode atingir o ápice da produção de resíduos, se transformando em uma lixeira gigante. O alerta é de estudo publicado no periódico científico Nature, que analisa três cenários diferentes, tentando determinar quando chegaríamos ao “pico do lixo”. De acordo com a pesquisa, o aumento da renda das populações de países pobres e em desenvolvimento e, naturalmente, do seu poder de consumo, são as principais alavancas da geração de lixo e do aumento do desperdício.

A cada 24 horas, a humanidade joga no lixo mais de 3,5 milhões de toneladas de resíduos. Isso representa pelo menos 40 toneladas por segundo, um aumento de dez vezes em relação ao que gerávamos cem anos atrás. O estudo aponta que esse número provavelmente irá dobrar até 2025 e, se mantido o ritmo atual de descarte, até 2100 poderemos atingir o pico do lixo, com geração de 11 milhões de toneladas diárias, o triplo da taxa atual.

Em um cenário pior, o estudo descreve um futuro em que o mundo está nitidamente dividido entre regiões de extrema pobreza, riqueza moderada e subsistência. Um momento onde pouco ou nenhum progresso foi feito para enfrentar a poluição e outros problemas ambientais e onde os objetivos de desenvolvimento globais não se efetivaram. Nesse cenário, a produção de resíduos aumenta em 1 milhão em relação ao business as usual, atingindo 12 milhões de toneladas por dia.

Já no melhor cenário, o pico de produção vai girar em torno de 8,4 milhões de toneladas por dia em 2075. Nesse mundo, a população humana se estabiliza em 7 bilhões de pessoas, das quais 90% vivem em cidades. “As pessoas são mais educadas e ambientalmente conscientes e os níveis de pobreza em países em desenvolvimento apresentam a menor baixa de todos os tempos”, pontua o estudo.