Apenas metade da população mundial é atendida por serviços de coleta de lixo
Levantamento da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (Iswa, na sigla em inglês) apontou que os 7 bilhões de habitantes do mundo geram, por ano, cerca de 1,4 bilhão de toneladas de resíduos urbanos, mas apenas metade da população é atendida pela coleta desse lixo. Segundo o estudo, metade da população do mundo, concentrada em países da África, do sudeste asiático e da América Latina, não tem nenhum tipo de coleta de resíduos.
O Iswa calcula que, hoje, seria necessário um novo investimento de US$ 40 bilhões somente para conseguir resolver essa etapa, sem contar reciclagem, compostagem etc. Mas se os países continuarem adiando ações nesse sentido, a solução vai ficar mais complexa e mais cara. O trabalho calcula que em 2050, quando se estima que a população mundial chegará a 9 bilhões, o salto de produção de lixo será ainda maior, para 4 bilhões de toneladas de resíduos urbanos.
De acordo com reportagem da Agência Estado, os US$ 40 bilhões conseguiriam resolver a coleta da 1,4 bilhão de toneladas de resíduos. Isso significa que o custo pode triplicar em 40 anos se nada for feito agora. Para o Brasil, que tem uma meta estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos de acabar com os lixões até julho do ano que vem, a conta aponta que são necessários R$ 6,7 bilhões em um ano para resolver a coleta e destinação dos resíduos.
“Fica claro que temos uma confusão. E ela está nos países mais pobres. A confusão é que muito do lixo que não está sendo coletado está indo para os rios, se acumula nas cidades, causa doenças, acaba nos mares. Dez milhões de toneladas de plástico vão para os oceanos todos os anos”, ponderou David Newman, presidente da Iswa.