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COP 19: países vão elaborar novo acordo para redução da emissão dos gases do efeito estufa

A Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP 19), realizada em Varsóvia, se estendeu até o último sábado (23). Entre os principais acordos alcançados durante o encontro estão a elaboração de um novo acordo global para redução das emissões de gases do efeito estufa e proteção das florestas.

Os países que participaram do evento decidiram que devem trabalhar até o primeiro trimestre de 2015 para costurar o novo acordo global que obrigará todos os governos a cortar emissões de gases estufa e, com isso, reduzir os impactos das alterações do clima. O texto aprovado em Varsóvia, na Polônia, propõe que os governos preparem “contribuições” sobre o que pretendem fazer para cortar os gases em vez de “compromissos”. Essas contribuições serão integradas ao novo acordo global.

A criação do mecanismo chamado loss and damage (perdas e danos) foi aprovada. Na prática, o instrumento diplomático força países ricos a financiar nações que já sofrem com os efeitos da mudança climática. Em um primeiro momento, isso dependerá de outro mecanismo já existente que trata das questões de adaptação, mas, a pedido dos países em desenvolvimento que querem uma estrutura totalmente dedicada a esse tema, o ponto será revisto em três anos.

As delegações aprovaram também, por consenso, o desbloqueio do debate sobre financiamento a longo prazo das medidas contra a mudança climática, proposta apresentada em 2009 na COP 15, em Copenhague. Seu objetivo é criar um fundo de US$ 100 bilhões anuais após 2020, dinheiro proveniente das nações desenvolvidas e destinado a auxiliar países pobres.

No último dia da conferência, os participantes concordaram com normas sobre financiamento de projetos voltados à proteção de florestas em países em desenvolvimento. As regras integram o mecanismo denominado Redd+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). Pelas novas regras, o Fundo Verde para o Clima terá papel fundamental na arrecadação de recursos a governos, que, por sua vez, terão de criar agências nacionais para supervisionar o uso do dinheiro. Os fundos irão para os países quando esses puderem provar que reduziram suas emissões de carbono sem prejudicar comunidades locais ou a biodiversidade.

Conferência de Varsóvia

A conferência foi marcada pela saída voluntária em massa das ONGs presentes e da demissão do então ministro do Meio Ambiente da Polônia, Marcin Korolec, a dois dias do fim da cúpula das Nações Unidas. O próprio governo brasileiro reconheceu que o encontro frustrou possíveis resultados positivos.

O principal objetivo da COP 19 era iniciar o planejamento do novo tratado que vai substituir o Protocolo de Kyoto, criado em 1997 para obrigar nações desenvolvidas a reduzir suas emissões em 5,2%, entre 2008 e 2012, em relação aos níveis de 1990. O tratado terá que ser aprovado na COP 21, que vai acontecer em Paris em 2015. Em função disso, os delegados tentavam colocar no papel ao longo da cúpula polonesa quais seriam os principais temas que o novo acordo englobaria.

Com informações do G1

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