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Organizações ambientalistas se retiram da COP 19

Ontem (21), as principais organizações não governamentais de proteção do meio ambiente, como WWF e Greenpeace, anunciaram que iam se retirar da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP 19), realizada em Varsóvia, porque a discussão “não leva a nada”. De acordo com a agência France Presse, essa é uma decisão sem precedentes na história das grandes negociações promovidas pela ONU na luta contra a mudança climática.

“Esta conferência de Varsóvia, que deveria ter representado uma etapa importante na transição para um futuro sustentável, não leva a nada”, afirmaram Greenpeace, Oxfam, WWF, Amigos da Terra Europa, Confederação Internacional de Sindicatos e ActionAid International.

André Nahur, coordenador do programa de Mudanças Climáticas e energia da WWF disse que a sociedade civil estava empenhada em conseguir fechar pontos importantes nas negociações, como a questão do financiamento de países ricos aos países pobres no combate às mudanças climáticas. No entanto, segundo ele, “há uma clara falta de liderança do governo polonês”, que estaria prejudicando a conferência. Nesta quarta (21), a Polônia anunciou a demissão do então ministro do Meio Ambiente Marcin Korolec em meio a COP 19. Apesar da destituição do cargo, ele permaneceria na presidência da conferência da ONU.

O objetivo principal da reunião na Polônia era buscar um novo acordo global para substituir o Protocolo de Kyoto. A expectativa é de que o tratado seja assinado por todos os países em 2015, na conferência da França, para entrar em vigor a partir de 2020. O acordo vai obrigar a redução de emissões de gases poluentes e, com isso, diminuir os impactos da mudança climática.

Proposta brasileira incomoda

A proposta brasileira de solicitar ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) a criação de uma metodologia que calcule a “culpa histórica” de cada nação sobre o aumento da temperatura do planeta foi “bloqueada” pelos países que integram o Anexo 1 do Protocolo de Kyoto (nações desenvolvidas do Hemisfério Norte).

Desde 1997, o Brasil defende o uso das emissões históricas acumuladas como parâmetro de distribuição dos esforços de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) entre os países com base no fato científico de que o dióxido de carbono – de longe o maior gás de efeito estufa -, uma vez emitido, permanece na atmosfera por mais de 100 anos, ao longo dos quais continua a aquecer o planeta.

A chamada Proposta Brasileira, que havia sido protocolada junto à UNFCCC em 12 de setembro deste ano, tem apoio dos outros países do grupo BASIC – Índia, China e África do Sul.