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Encontro de Instituições Apoiadoras da Amda tratou sobre atropelamento de animais silvestres, mudanças climáticas e mineração

Encontro de Instituições Apoiadoras da Amda tratou sobre atropelamento de animais silvestres, mudanças climáticas e mineração
Participantes do 47º Encontro de Instituições Apoiadoras da Amda durante visita às instalações da CBMM / Crédito: Marina Bhering / Amda

Gases causadores do efeito estufa, ecologia de estradas e marco regulatório da mineração foram alguns dos temas discutidos no 47º Encontro de Instituições Apoiadoras da Amda, que aconteceu no início do corrente mês, entre os dias 06 e 08, em Araxá, Minas Gerais. Desta vez, as anfitriãs do evento foram a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e a Vale Fertilizantes. Esse encontro é realizado semestralmente com o objetivo de discutir temas ambientais e promover interação entre as empresas parceiras da Amda.

A CBMM é a única produtora de nióbio com presença em todos os segmentos de mercado, com subsidiárias na Europa, Asia e na América do Norte. Segundo Bruno Riffel, gerente de Meio Ambiente da companhia, a produção da empresa responde por 80% do mercado mundial e já há ambição de duplicar a capacidade produtiva.

A CBMM é uma empresa nacional que extrai, processa, fabrica e comercializa produtos à base de nióbio. Riffel explicou que, com o nióbio, o aço fica mais resistente e dá mais segurança. Torres de energia, rodas, chapas de navios, contêineres, plataformas, torres de energia eólica, trilhos de trem e turbinas de avião são alguns exemplos de materiais produzidos pela companhia. Em relação a políticas de meio ambiente, a empresa monitora suas emissões, a qualidade do ar e da água utilizada em diversas etapas do processo produtivo. A CBMM faz também reciclagem de resíduos e possui estação de tratamento de efluentes, que possibilita o reuso de 93% da água utilizada. A companhia tem ainda um criadouro conservacionista, com 125 espécimes de 12 espécies, viveiro de mudas, Centro de Desenvolvimento Ambiental e Núcleo de Educação Ambiental.

Ricardo Prado Santos, engenheiro químico, especialista em processos químicos e integrante da Gerência Geral de Desenvolvimento de Processos da Vale Fertilizantes, falou sobre os gases causadores do efeito estufa, fenômeno natural que ocorre quando parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases, chamados gases causadores do efeito estufa. No ano passado, a Vale emitiu 17.873.001 toneladas de CO2 equivalente (tco2e) e estabeleceu uma meta de reduzir 5% de suas emissões. Santos enfatizou a importância de todas as empresas elaborarem um inventário de emissões e estabelecerem suas próprias metas.

Outro tema abordado durante o evento foi a Ecologia de Estradas, projeto que quantifica o número de animais mortos em estradas e rodovias brasileiras. Quem falou a respeito foi Alex Bager, oceanólogo e coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (Ufla), criado no ano passado. Bager forneceu dados assustadores: 450.000.000 animais (vertebrados) são mortos por ano, ou seja, a cada segundo, 17 morrem. A fim de coletar informações sobre atropelamentos e criar um banco de dados de atropelamento de fauna, uma equipe da Ufla desenvolveu o sistema Urubu, plataforma virtual no qual os cidadãos podem inserir fotos e localização de bichos acidentados. Não é preciso conhecimento técnico para fazer o registro, basta tirar uma foto do animal e informar a localização. “Precisamos criar uma consciência em todos os setores e em todos os níveis da sociedade”, disse.

A última palestra do 47º Encontro de Instituições Apoiadoras da Amda teve como tema o Marco Regulatório da Mineração. Tiago de Mattos, advogado e sócio da William Freire Advogados, apresentou as principais linhas do processo e as mudanças propostas. De acordo com ele, a mineração gera 2,2 milhões de empregos diretos no Brasil. No que se refere à mudança dos aspectos organizacionais do marco regulatório, Mattos criticou a proposta de criação do Conselho Nacional de Política Mineral, alertando que a lei não estabelece os componentes do mesmo. De acordo com as informações de Mattos, o marco regulatório não avançou em nada na questão ambiental.