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Prefeitura removerá parte de calçamento em região de Belo Horizonte para intensificar adubação dos fícus atacados por praga

Prefeitura removerá parte de calçamento em região de Belo Horizonte para intensificar adubação dos fícus atacados por praga
Fícus na avenida Bernardo Monteiro

Parte do calçamento no entorno dos fícus da avenida Bernardo Monteiro, no bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, será removida para permitir melhor adubação das árvores, que passam por um tratamento contra a mosca-branca-do-fícus, praga que já dizimou vários espécimes na capital. A iniciativa tem objetivo de fortalecer os fícus para que se recuperem da infestação, segundo anúncio da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte. A praga já matou pelo menos cinco das árvores que passaram pela poda radical.

A gerente de Gestão Ambiental da Prefeitura de BH, Márcia Mourão, informou que o processo de enriquecimento do solo passará por mudanças e começará em breve. “A adubação será feita usando um espaço maior do piso da avenida Bernardo Monteiro. O calçamento em pé de moleque no entorno das árvores será retirado”, disse. De acordo com ela, para fortalecer os fícus foi feita uma reavaliação do produto que era aplicado anteriormente, com apoio de equipes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Estudo feito pela secretaria demonstrou que a quantidade de ninfas, reconhecidas como pequenos pontos brancos presos às folhas, que dão origem a centenas de insetos, caiu de 30 a 40 por folha para 0,6, uma diminuição de mais de 90%. Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) constatou que o pior período de infestação foi em julho, em função das condições climatológicas ideais para reprodução do inseto. “Essa mosca é natural no nosso ambiente. Só não é normal uma superpopulação dela”, disse a gerente.

A bióloga Bárbara de Carvalho Barbosa, do Movimento Fica Fícus, verificou brotos de até 30 centímetros nas árvores centenárias. “Rebrotamento é sinal de que os fícus estão alocando nutrientes e energia do solo e levando para a copa. Mas a recuperação dessas árvores poderia ser mais acelerada se elas estivessem sendo regadas”, disse a bióloga, que denuncia que as iscas amarelas instaladas para capturar o inseto não são trocadas há muito tempo e perderam a cola com as últimas chuvas. “A praga ainda é uma ameaça e continua sugando a seiva das plantas, provocando desfolhamento contínuo”, concluiu.

A gerente Márcia Mourão afirmou, conforme reportagem do jornal Estado de Minas, que as iscas foram trocadas recentemente, mas disse que houve acúmulo de moscas e sujeira na cola. O material será novamente substituído. Segundo ela, a mosca-branca é muito resistente e há informações de que a praga se espalha por todo o país e até no exterior.

Infestação

A mosca-branca-do-fícus foi detectada em árvores da capital em julho do ano passado. O inseto atingiu espécimes de várias regiões da cidade e fez com que a prefeitura criasse uma comissão especial para buscar uma solução para o problema. No início deste ano, podas preventivas foram feitas até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberasse o uso do óleo de nim para tratamento. Espécimes da Igreja da Boa Viagem e da avenida Barbacena também foram atacados e estão sendo tratadas.

Com informações do Estado de Minas