Notícias

Negociação internacional para criação de santuários marinhos na Antártica fracassa

Negociação internacional para criação de santuários marinhos na Antártica fracassa
Mar de Ross

As negociações internacionais para criação de santuários marinhos na Antártica terminaram, mais uma vez, sem acordo. China e Rússia colocaram obstáculos à proteção dos ecossistemas, ameaçados pela pesca e pela navegação. Dois projetos estavam sobre a mesa com o objetivo de criar uma ampla reserva marinha com uma extensão equivalente à Índia, potencialmente a maior do mundo, povoada por cetáceos, mamíferos marinhos e pinguins, com mais de 16.000 espécies no total. Delegados de 24 países e da União Europeia se concentraram nas negociações em Hobart, na Tasmânia, nos últimos 10 dias, no encontro anual da Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR, na sigla em inglês) .

Os Estados Unidos e a Nova Zelândia propunham proteger uma vasta zona marítima de 1,25 milhão de quilômetros quadrados (km²) no Mar de Ross, uma imensa baía nas águas do Pacífico sob jurisdição neozelandesa. França, Austrália e Alemanha recomendavam, por sua vez, a criação de sete zonas marinhas protegidas na vertente oriental da Antártica, pelo lado do Oceano Índico, com uma extensão de 1,6 milhão de km².

Essa é a terceira vez que as negociações fracassam, durante o último ano, pois as propostas de áreas protegidas não obtiveram um acordo entre as nações que compõem a comissão. Antes, Rússia e Ucrânia já haviam questionado a legalidade dessas áreas protegidas. “O que temos assistido nos últimos anos é a erosão constante do espírito e do mandato da Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos para proteger o último ecossistema intacto do oceano que remanesce na Terra”, disse Farah Obaidullah, do Greenpeace.