Em 13 anos, mineração de ouro na Amazônia peruana aumentou 400%
A mineração de ouro na região de Madre de Diós, na porção peruana da Amazônia, que faz fronteira com Brasil e Bolívia, passou de 10 mil hectares em 1999, para mais de 50 mil hectares em 2012. O crescimento foi de 400%, muito acima das estimativas do governo da região. Os dados constam em estudo da Carnegie Institution for Science da Universidade de Stanford e do Ministério do Meio Ambiente do Peru.
A média anual da expansão territorial triplicou para 6.145 hectares por ano desde 2008, ano em que a crise econômica mundial provocou rápido aumento dos preços do ouro e, também, o crescimento de operações ilegais de mineração de ouro no sul de Madre de Dios. Atualmente, segundo o portal de notícias G1, a atividade mineradora é a principal causa do desmatamento na região, superando o impacto da pecuária, agricultura e exploração madeireira. Em 2012, as pequenas operações de mineração corresponderam a 51% de toda atividade de extração de ouro da região.
O estudo aponta que o impacto ambiental que o crescimento trouxe para a biodiversidade local ainda é subestimado e pouco conhecido. A região é conhecida por abrigar uma das mais altas densidades de predadores, como onças e primatas de grande porte. O documento aponta que 1 hectare da região contém mais de 300 espécies de árvores, além do restante da flora e da fauna.
Outros problemas indicados pelos pesquisadores são a poluição do ar e das águas por mercúrio, que pode contaminar a cadeia alimentar local, e outros sedimentos da mineração. “Neste momento não temos dados suficientes sobre as distâncias afetadas negativamente por cargas de sedimentos pesados de mineração, mas as nossas estimativas visuais de aeronaves sugerem que os efeitos persistem por centenas de quilômetros, inclusive no Brasil”, afirma o estudo.