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Gerente do Instituto Royal nega acusação de maus tratos aos animais

Gerente do Instituto Royal nega acusação de maus tratos aos animais
Gerente do Instituto Royal nega maus tratos aos animais / Crédito: Google imagens

Em vídeo divulgado esta semana, a gerente-geral do Instituto Royal, Sílvia Ortiz, rebateu as denúncias dos ativistas que invadiram a empresa no último dia 18 e resgataram 178 cães da raça beagle e sete coelhos que eram utilizados em testes. Os manifestantes acusam o instituto de maus tratos aos animais. O Royal já estava sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo pelos mesmos motivos.

No vídeo, Ortiz explica que o instituto realiza testes de segurança para medicamentos e fisioterápicos para cura e tratamento de diversas doenças como câncer, diabetes, hipertensão e epilepsia, entre outros. “Se algum dia você já tomou um medicamento contra dor de cabeça, gripe ou pressão alta pode ter certeza: você já foi beneficiado por pesquisas previamente feitas em animais”, disse a gerente.

Segundo Ortiz, para esses testes são utilizados animais determinados de acordo com protocolos pré-clínicos. A raça canina beagle é a mais indicada como modelo biológico padronizado para as pesquisas científicas em função de seu padrão genético e sua similaridade com a biologia humana.

A gerente do Royal rebateu as acusações dos invasores, afirmando que os animais contavam com a assistência de nove veterinários, tinham alimentação saudável, atividades recreativas e que “quase todos os cães eram colocados para adoção após participarem das pesquisas, sem nenhum tipo de risco para as pessoas”. De acordo com Ortiz, alguns dos animais suprimidos do instituto foram abandonados na rua, à sua própria sorte. Ela disse ainda que o instituto é um dos cinco centros de referência no país para pesquisas pré-clínicas de medicamentos e que, recentemente, vigilância sanitária, Ministério Público e a Zoonose de São Roque visitaram as instalações e não detectaram nenhuma irregularidade.

Para Ortiz, “a ação dos manifestantes coloca em risco o desenvolvimento na área de saúde no país e pode levar a pesquisa para outros países, prejudicando a comunidade científica nacional”.

A polêmica foi um dos temas do programa de Luciana Gimenez, na Rede TV!, desta semana. Representantes da ONG responsável pela ação informaram que têm documentos do próprio Instituto Royal que comprovam maus tratos aos animais. Um deles relata que durante reforma nas instalações, fêmeas e filhotes foram deixados na chuva por dias e ficaram gravemente doentes. Durante o programa foi mostrado um filhote de beagle congelado em clorofórmio, uma cadela com área raspada no corpo e jaulas sujas onde os animais ficavam presos.

Alvará mantido

O prefeito de São Roque, em São Paulo – onde o instituto está instalado -, Daniel de Oliveira Costa (PMDB), decidiu manter o alvará de funcionamento do Instituto Royal após vistoria às instalações realizada ontem (24). Segundo ele, o prédio está em condições adequadas para as atividades de pesquisa e não oferece riscos.

Costa acompanhou a vistoria feita por uma equipe de fiscais do município e confirmou que os únicos animais no local são ratos e camundongos usados como cobaias. “Esses animais estão em ambiente climatizado e bem tratados. Não há cães, nem compartimentos secretos e como a parte física do prédio está preservada, não vemos motivo para tirar o alvará de funcionamento”, disse. A entrada dos fiscais foi autorizada pela Justiça e acompanhada por advogados do instituto. Ativistas que faziam vigília no portão e a imprensa ficaram do lado de fora.

Uma petição online feita no site Avaaz para fechar o instituto tem mais de 608 mil assinaturas.

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