Gol realiza primeiro voo comercial brasileiro com combustível alternativo
Nesta quarta-feira (23), um voo de Congonhas para Brasília da companhia aérea Gol entrou para a história. A empresa realizou o primeiro voo comercial com combustível alternativo no Brasil, alimentado com óleo de cozinha reciclado de restaurantes da Califórnia. A mistura de até 25% de bioquerosene alternativo foi adicionada ao querosene de aviação (QAV) tradicional no voo G3 1408. As empresas Azul e Gol já fizeram voos testes, sem passageiros, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20, ocorrida no ano passado.
A iniciativa é um marco no programa Plataforma Brasileira de Bioquerosene, uma iniciativa que reúne as empresas Boeing, Embraer, Gol, Amyris e outras e entidades públicas com o objetivo de viabilizar uma produção em escala comercial. As companhias aéreas têm o compromisso de reduzir as emissões de CO2 em 50% até 2050, tendo como referência as emissões de 2005.
Atualmente, segundo apuração da Folha.com, os combustíveis de aviação alternativos são de 350% a 400% mais caros do que o QAV normal. “Com 25% de mistura, vamos gastar o dobro do que o custo normal do voo”, afirmou o diretor de Operações da Gol, Pedro Scorza. O litro do QAV custa R$ 2, enquanto o alternativo custa R$ 7,5. “A expectativa é que dentro de cinco a 10 anos a gente tenha uma indústria competindo em preço com o combustível de origem fóssil”, disse o diretor de eficiência de voo da GE, Sergio Zuquim.
De acordo com a reportagem, o Brasil já conta com uma refinaria capaz de produzir bioQAV a partir da cana, mas o produto ainda depende de certificação internacional, o que deve acontecer até o final do ano.
Copa Verde
A Gol, transportadora oficial da seleção brasileira na Copa do Mundo do ano que vem, lançou o programa Copa Verde. A meta é realizar 200 voos com bioQAV entre as cidades sedes da Copa.