Ativistas resgatam cerca de 200 cachorros que eram utilizados em testes pelo Instituto Royal
18 de outubro de 2013
Cães da raça beagle são resgatados do Instituto Royal por ativistas / Crédito: saoroquenoticias.com.br
Cerca de 200 cachorros da raça beagle e alguns coelhos foram resgatados do Instituto Royal, no Jardim Cardoso, em São Roque, cidade próxima a São Paulo, na madrugada de hoje (18) por ativistas. Os defensores dos animais protestam contra o uso de cães da raça em testes feitos pelo instituto que trabalha para farmacêuticas.
O grupo alega que tentou, na tarde de ontem (17), uma reunião com o instituto, que desmarcou em cima da hora. Os manifestantes se dirigiram para a frente do laboratório para protestar e disseram ter ouvido gemidos de animais. Antes da invasão, de acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, alguns ativistas foram à delegacia de São Roque para tentar registrar um boletim de ocorrência de maus tratos contra os animais, mas o delegado não estava no local. Segundo Giuliana Stefanini, que esteve na mobilização, outro grupo foi à casa do juiz da cidade, que atendeu aos ativistas e chamou a polícia.
Os ativistas arrombaram gaiolas e resgataram vários cachorros que foram levados para clínicas veterinárias particulares da região. Stefanini contou que seis destes cachorros tinham tumores e estavam mutilados. “O que mais chocou o grupo foi um beagle sem os olhos”, lembrou.
A Polícia Civil pedirá as imagens do circuito interno de vigilância do instituto para tentar recuperar ao menos cães e coelhos soltos pelos ativistas. O ato foi registrado como furto na delegacia da cidade.
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“Esperamos que a divulgação de atrocidades como essa possa desencadear movimento de repulsa da sociedade quanto a pesquisa em animais. É inaceitável que um laboratório tenha práticas tão cruéis com qualquer animal, ainda mais cachorro, que é uma espécie extremamente inteligente e sensível. Esperamos que os responsáveis sejam investigados e punidos”, comentou Lígia Vial, Assessora Jurídica da Amda. Testes
Conforme publicação do jornal, os cães são utilizados em pesquisas de medicamentos que serão lançados. O objetivo é verificar a existência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia, perda de coordenação e até convulsões. Em diversas ocasiões, os cachorros acabam sacrificados antes mesmo de completarem um ano, para que os efeitos dos remédios nos órgãos dos bichos sejam avaliados. De acordo com a empresa, quando isso não é necessário, os cães são colocados para adoção. O instituto passou a ser investigado pelo Ministério Público de São Paulo após receber denúncias de maus tratos aos animais. O que diz a empresa
Ainda conforme a reportagem, o Instituto Royal informou que segue todos os protocolos nacionais e internacionais voltados para pesquisas com animais em laboratórios. A empresa esclareceu que é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e que recebe verba de instituições públicas de fomento à pesquisa. O protocolo dos testes é aprovado por essas instituições antes de os estudos começarem.
De acordo com o jornal, o instituto explicou que os testes são feitos nos cães apenas depois de serem realizados em roedores e, por isso, os efeitos adversos apresentados nos beagles não são agudos. Segundo a empresa, a etapa da pesquisa em cães é a última antes de o medicamento ser testado em voluntários humanos e não pode ser substituída por técnicas in vitro (sem o uso de animais). A empresa também negou que houvesse maus tratos aos animais.