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Ativistas resgatam cerca de 200 cachorros que eram utilizados em testes pelo Instituto Royal

Ativistas resgatam cerca de 200 cachorros que eram utilizados em testes pelo Instituto Royal
Cães da raça beagle são resgatados do Instituto Royal por ativistas / Crédito: saoroquenoticias.com.br

Cerca de 200 cachorros da raça beagle e alguns coelhos foram resgatados do Instituto Royal, no Jardim Cardoso, em São Roque, cidade próxima a São Paulo, na madrugada de hoje (18) por ativistas. Os defensores dos animais protestam contra o uso de cães da raça em testes feitos pelo instituto que trabalha para farmacêuticas.

O grupo alega que tentou, na tarde de ontem (17), uma reunião com o instituto, que desmarcou em cima da hora. Os manifestantes se dirigiram para a frente do laboratório para protestar e disseram ter ouvido gemidos de animais. Antes da invasão, de acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, alguns ativistas foram à delegacia de São Roque para tentar registrar um boletim de ocorrência de maus tratos contra os animais, mas o delegado não estava no local. Segundo Giuliana Stefanini, que esteve na mobilização, outro grupo foi à casa do juiz da cidade, que atendeu aos ativistas e chamou a polícia.

Os ativistas arrombaram gaiolas e resgataram vários cachorros que foram levados para clínicas veterinárias particulares da região. Stefanini contou que seis destes cachorros tinham tumores e estavam mutilados. “O que mais chocou o grupo foi um beagle sem os olhos”, lembrou.

A Polícia Civil pedirá as imagens do circuito interno de vigilância do instituto para tentar recuperar ao menos cães e coelhos soltos pelos ativistas. O ato foi registrado como furto na delegacia da cidade.

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“Esperamos que a divulgação de atrocidades como essa possa desencadear movimento de repulsa da sociedade quanto a pesquisa em animais. É inaceitável que um laboratório tenha práticas tão cruéis com qualquer animal, ainda mais cachorro, que é uma espécie extremamente inteligente e sensível. Esperamos que os responsáveis sejam investigados e punidos”, comentou Lígia Vial, Assessora Jurídica da Amda.

Testes

Conforme publicação do jornal, os cães são utilizados em pesquisas de medicamentos que serão lançados. O objetivo é verificar a existência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia, perda de coordenação e até convulsões. Em diversas ocasiões, os cachorros acabam sacrificados antes mesmo de completarem um ano, para que os efeitos dos remédios nos órgãos dos bichos sejam avaliados. De acordo com a empresa, quando isso não é necessário, os cães são colocados para adoção. O instituto passou a ser investigado pelo Ministério Público de São Paulo após receber denúncias de maus tratos aos animais.

O que diz a empresa

Ainda conforme a reportagem, o Instituto Royal informou que segue todos os protocolos nacionais e internacionais voltados para pesquisas com animais em laboratórios. A empresa esclareceu que é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e que recebe verba de instituições públicas de fomento à pesquisa. O protocolo dos testes é aprovado por essas instituições antes de os estudos começarem.

De acordo com o jornal, o instituto explicou que os testes são feitos nos cães apenas depois de serem realizados em roedores e, por isso, os efeitos adversos apresentados nos beagles não são agudos. Segundo a empresa, a etapa da pesquisa em cães é a última antes de o medicamento ser testado em voluntários humanos e não pode ser substituída por técnicas in vitro (sem o uso de animais). A empresa também negou que houvesse maus tratos aos animais.