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Pesquisadores utilizam Google Street View para identificar espécies invasoras

A ferramenta Google Street View, que permite ver detalhes de um local, como a rua de uma cidade, pode ser uma arma poderosa na luta contra espécies invasoras. Uma equipe de cientistas da Agência Nacional Francesa para a Pesquisa Agrícola (INRA) utilizou a plataforma online para mensurar a disseminação da traça-processionária do pinheiro (Thaumetopoea pityocampa), um inseto que mata as árvores. O aplicativo forneceu imagens em 360 graus de ruas filmadas por carros equipados especialmente para tal missão.

A traça é uma criatura comedora de folhas nativa do sul da Europa, mas se locomove para o norte do continente e altitudes mais elevadas quando as temperaturas sobem. Sua comida favorita é o pinheiro-larício (Pinus nigra), usado extensivamente em florestas de manejo na Europa e jardins ornamentais. No outono, as larvas da traça constroem um ninho para se abrigar no inverno, uma casa facilmente avistada feita de seda branca e brilhante na extremidade dos galhos, o que lembra uma lâmpada cheia de pelos. Usando isso como um indicador, os pesquisadores “circularam” por uma grande área com o Google Street View para mapear regiões invadidas pela traça.

Uma área de 47 mil quilômetros quadrados (km²), maior que a Holanda, foi dividida em uma grade com 183 “células” de larga escala, cada uma medindo 16 km por 16 km. Quando um ninho foi detectado, a “célula” foi marcada como infectada.

Segundo reportagem da Agence France Presse, os resultados do Google Street View foram 90% mais precisos do que um teste realizado no solo por uma pessoa percorrendo a área de carro. Por outro lado, a ciber-marcação teve menos sucesso em um teste diferente realizado em escala menor. No teste em uma área de 121 km² dividida em células menores, o Google Street View apresentou um desempenho inferior, em parte devido à falta de rodovias em alguns lugares.

No começo do ano, um estudo-piloto similar realizado por biólogos espanhóis mapeou áreas no norte da Espanha que poderiam ser hábitats em potencial para duas espécies de abutre, provando a utilidade do Google Street View para a identificação de espécies em risco de extinção e invasivas.