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Manifestantes interditam estrada no Pará e pedem diminuição da Floresta Nacional do Jamanxim

Há oito dias, manifestantes interditam a BR 163, na altura de Novo Progresso, no Pará. Cerca de 100 toras de madeiras foram colocadas na estrada em represália às ações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que têm como objetivo combater o desmatamento ilegal em áreas protegidas federais na Amazônia. Garimpeiros, madeireiros e assentados querem livre acesso à Floresta Nacional do Jamanxim, uma das maiores unidades de conservação do país, com 1,3 milhão de hectares.

Entre as reivindicações dos manifestantes, de acordo com informações do portal O Eco, está a diminuição da unidade de conservação e o fim das ações de fiscalização. Por meio de nota, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou que a fiscalização continuará e que a redefinição de limites da Floresta Nacional de Jamanxim está aberta à discussões, como acontece desde 2009. O ICMBio aguarda uma solução que “concilie a manutenção da unidade de conservação e a demanda da regularização fundiária de posses reconhecidas à época da criação da Flona”. A decisão sobre os pontos da manifestação ocorrerá em reunião marcada para o dia 18 de outubro.

Desde sua criação, em 2006, a Flona é alvo de manifestações, mas o ICMBio sempre vetou a proposta de diminuição de Jamanxim. Mais tarde, houve um entendimento que uma parte que já estava degradada na época da criação da unidade poderia ficar de fora dos limites da floresta. Os invasores queriam uma área maior, mas o ICMBio novamente recusou a proposta. Restou o impasse. “Se fossemos concordar com a reivindicação, comprometeríamos seriamente a integridade da Floresta Nacional do Jamanxin, com prejuízos inclusive futuros para a economia local”, explicou Vizentin, presidente do ICMBio.

Ainda conforme o portal, dentro da unidade, madeireiros extraem ilegalmente toras de madeiras nobres e as queimadas ilegais convertem o solo em área de pasto. A criação de gado avança sobre a floresta e já foi alvo de duas operações do Ibama.