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Rússia acusa 14 ativistas do Greenpeace por crime de pirataria

Rússia acusa 14 ativistas do Greenpeace por crime de pirataria
Brasileira Ana Paula Maciel é vista presa em Murmansk

A Promotoria da Rússia acusou formalmente, nesta quarta-feira (02), 14 dos 30 ativistas da organização Greenpeace de crime de pirataria marítima, incluindo a brasileira Ana Paula Maciel. Os ambientalistas foram detidos no dia 18 de setembro após uma ação de protesto contra a exploração de petróleo no Ártico. Os acusados podem ser condenados a até 15 anos de prisão.

De acordo com relatos do Greenpeace, na ocasião, dois ativistas da ONG foram presos enquanto protestavam contra a exploração de petróleo no Ártico, na plataforma Prirazlomnaya, da Gazprom, no Mar Pechora, na costa russa. Eles ficaram detidos a bordo de um navio da Guarda Costeira Russa, sem acusação ou representação legal. No dia seguinte, com armas em punho, a Guarda Costeira Russa entrou no navio de campanhas do Greenpeace, Arctic Sunrise, enquanto ele ainda navegava em águas internacionais, e prendeu 30 ativistas que estavam à bordo.

Nesta terça-feira (01), o Ministério das Relações Exteriores divulgou que o embaixador do Brasil na Rússia, Fernando de Mello Barreto, deve assinar uma “carta de garantia” destinada aos advogados de defesa da brasileira Ana Paula Maciel. Segundo o Itamaraty, o instrumento fornecido pela diplomacia brasileira atende a um pedido dos advogados da bióloga, que tem o intuito de garantir ao governo russo que a brasileira vai comparecer a todas as audiências solicitadas.

A carta poderá ser utilizada pela defesa para pedir que a ativista responda ao processo em liberdade. De acordo com o Itamaraty, a instrução para a elaboração da carta foi dada pelo ministro brasileiro Luiz Alberto Figueiredo Machado. Dez advogados, todos da Rússia, trabalham na defesa dos ativistas detidos.

“A acusação de pirataria está sendo lançada contra homens e mulheres cujo único crime é a posse da consciência. Isso é ultrajante e representa nada menos do que um ataque ao direito fundamental de protesto pacífico”, disse Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace Internacional. “Qualquer alegação de que estas pessoas são piratas é absurda e abominável. Isso é absolutamente irracional e tem como objetivo nos silenciar. Mas não nos intimidaremos”, completou.

Campanha

O Greenpeace lançou uma campanha para libertar os ativistas. Intitulada Libertem a brasileira Ana Paula e os outros 29 ativistas, mais de 800 mil pessoas em todo o mundo já enviaram cartas às embaixadas russas de seus países pedindo a liberdade dos ativistas. Participe você também!