MPF ajuíza ação contra fabricante de material bélico por despejo de produtos químicos em ribeirão

O Ministério Público Federal (MPF) de Guaratinguetá impetrou uma ação civil pública, no último dia 11, contra a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), em Piquete, São Paulo, por despejo de produtos químicos no ribeirão do Sertão. De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental (Cetesb), o problema se arrasta há mais de três décadas e, no período, a empresa já foi multada 48 vezes.

Entre as substâncias encontradas na água estão o cianeto, produto que afeta principalmente a vida aquática de animais como os peixes e também é altamente tóxico para os seres humanos. A poluição no ribeirão já foi visível na década de 1990, com cores avermelhadas e amareladas. Apesar de ser cristalina atualmente, as últimas medições na água feitas pela Cetesb indicaram uma alta concentração de substâncias perigosas. O riacho chega no rio Piquete e ele deságua no rio Paraíba do Sul.

A ação sugere que a Imbel faça melhorias no sistema de tratamento de efluentes e realize a compensação ambiental do dano causado pela poluição hídrica no ribeirão. Se condenada pela Justiça Federal, a empresa pode ser obrigada a pagar indenizações e criar um sistema de tratamento de dejetos eficiente.

Além das multas aplicadas pelo lançamento de resíduos no ribeirão, a Cetesb também emitiu advertências à Imbel por problemas como estocagem inadequada de produtos e poluição do ar.