Mato Grosso registra aumento de 103% em focos de queimadas
Lançada nesta segunda-feira (21), a operação de combate vai contar com 40 profissionais, entre bombeiros, policiais do Batalhão Ambiental e fiscais da Sema, que vão visitar municípios onde foram detectados maiores números de focos de incêndio. Divididos em 10 equipes, os membros da operação irão realizar trabalho de avaliação e prevenção nas áreas mais afetadas.
O coordenador de Fiscalização da Sema, Eduardo Rodrigues, afirmou que a maioria dos casos tem ocorrido em assentamentos e terras indígenas. "O fogo é um marco cultural para os índios. É utilizado na caça e nos rituais. Então é difícil evitar. Quando temos queimadas nestas reservas precisamos de autorização da Funai para entrar e realizar o trabalho de contenção", disse.
Entretanto, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), responsável pela fiscalização das terras indígenas, contestou os dados da Sema, alegando que a maioria dos focos de incêndio ocorre, na verdade, em grandes propriedades.
O coordenador estadual do Sistema de Prevenção Nacional e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo), Cendei Ribas Berni, também refuta a explicação da Sema, e garante que em 2009 apenas 10% das queimadas aconteceram em reservas. "As terras indígenas representam apenas 20% do território mato-grossense e somente 10% dos focos foram nestas áreas. No ano passado, eles também quiseram jogar a responsabilidade para os indígenas, mas sabemos que a maioria dos focos ocorre em fazendas", defende.
Ainda segundo ele, o Ibama capacitou 9 brigadas de combate a incêndios no Estado, 2 delas em aldeias indígenas, que vão atuar durante todo o período de risco. "Além desse trabalho realizamos, constantemente, operações de fiscalização no Estado todo", afirma.
De acordo com dados do Inpe, o município de Santa Carmem é o campeão no ranking de focos no estado, com 690 focos de calor detectados até o momento. A cidade, que possui pouco mais de 4 mil habitantes, tem como principal atividade econômica a agricultura.