Brasil deve seguir usando agrotóxicos banidos
No final de 2009, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu banir cinco agrotóxicos ligados a problemas como câncer e má-formação fetal: triclorfom, cihexatina, acefato, endossulfam e metamidofós. A indicação do Ministério da Saúde era de que uso seria diminuído gradativamente, até ser completamente eliminado, no final do ano que vem.
Recentemente, no entanto, o Ministério da Agricultura publicou uma portaria pela qual mantém o uso desses compostos, por meio do Plano Nacional de Manejo do Risco de Agrotóxicos. A ideia é restringir a venda e impor mais limites na aplicação, em vez de eliminar as substâncias.
Pesquisas recentes apontaram relação entre a exposição a essas substâncias com doenças do sistema nervoso. Em 2008, estudo de uma universidade americana indicou que 61% dos pacientes com mal de Parkinson tiveram contato com produtos tóxicos.
Em 2010, pesquisa feita pela Academia Americana de Pediatria com 1.100 crianças constatou que as 119 que apresentaram transtorno de deficit de atenção tinham resíduo de organofosforado – molécula usada em agrotóxicos – na urina, em valores que estavam acima da média de outras crianças.
Em 2009, foi usado 1 milhão de toneladas de agrotóxicos em lavouras do país. A proporção é de 5 kg por brasileiro.