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Brasil e Peru defendem usinas na Amazônia

O presidente Lula, afirmou nesta quarta-feira (16) que críticas a construção de hidrelétricas na Amazônia satisfazem interesses de países desenvolvidos, que querem vender usinas nucleares a países pobres. “A energia nuclear, apesar de limpa, é cara e a tecnologia é importada dos países do ricos”, disse. A afirmação de Lula foi feita em Manaus, durante a assinatura de uma série de acordos de cooperação e integração com o Peru.

A melhor opção para os países sul-americanos, segundo o presidente, seria a energia produzida em hidrelétricas, por ser “limpa e barata”. Por isso, o governo pretende construir um complexo de usinas, que poderiam fornecer ao país 6 mil MW de energia. Entre as usinas em estudo está a de Inambari, com capacidade para 2mil MW – mas muito contestada pelos impactos ambientais e sociais, entre eles a possível inundação de um trecho da recém-construída Rodovia Interoceânica.

A construção da usina foi defendida também pelo presidente peruano Alan Garcia. Segundo ele, a área de floresta inundada (cerca de 20 mil hectares) poderia ser compensada pela recuperação de uma área já degradada. “Temos 10 milhões de hectares de floresta amazônica já devastada, poderíamos recuperar a mata em uma área contígua ou próxima da área alagada”, afirmou Garcia. Segundo o presidente peruano, é preciso colocar a questão em proporções exatas entre os perigos e as imensas vantagens do empreendimento.

A extensão do gasoduto de Camisea, que teria participação brasileira, foi outro empreendimento defendido por Alan Garcia. Segundo ele, o uso do gás natural vai reduzir o consumo de lenha no sul do país e impedir que se siga destruindo a natureza. Para o presidente peruano, os projetos devem ser analisados de forma “integrada” e não apenas pelos “impactos localizados” dos empreendimentos.