Campanhas ambientais on-line geram cada vez mais resultados
Após dois meses de campanha e intensa participação de ciberativistas, a Nestlé decidiu alterar sua política de compras e parar de financiar o desmatamento das florestas tropicais da Indonésia. Segundo informações no site do Greenpeace, a empresa se comprometeu a identificar e excluir de sua lista de fornecedores companhias que possuam ou gerenciem plantações ou fazendas de alto risco ligadas ao desmatamento. Nesse grupo entraria, por exemplo, a Sinar Mas, a maior produtora de óleo de dendê e de papel e celulose da Indonésia, caso não siga a nova política da Nestlé, e intermediadoras como a Cargill, que compram da Sinar Mas.
Rafael Cruz, coordenador de campanha do Greenpeace, diz que a organização acompanhará esse compromisso para que ele não fique só no papel. "Se preciso, acionaremos a participação dos ciberativistas," afirma.
Outra boa notícia para os interessados em proteger o meio ambiente é que a Floresta Boreal, no Canadá, a maior e mais antiga da América do Norte e que detém um dos maiores estoques de carbono do planeta, corria o risco de desaparecer por ações de desmatamento irresponsável; porém, houve uma mudança nesse cenário.
Pela necessidade de se disciplinar o mercado, nove organizações, incluindo o Greenpeace e a Associação de Produtos da Floresta (APF), relacionada à fabricação de derivados de madeira, estabeleceram um acordo histórico. Nele, a APF se compromete com uma moratória de três anos no corte de floresta pública e com padrões de manejo ambiental.
Isso significa que, por três anos, 72 milhões de hectares (sendo 40% disso Floresta Boreal)estarão protegidos. E planos de longo prazo serão implementados para recuperar a floresta e proteger espécies ameaçadas.
Enquanto isso, na Amazônia, mesmo após várias iniciativas que reforçam essa tendência regulatória, como a proibição de corte do mogno e moratória da soja, a bancada ruralista segue na contramão do que o mercado demanda e a sociedade exige. Os deputados investem contra a legislação ambiental brasileira e tentam aprovar alterações que permitiriam ampliar o desmatamento em nossas florestas.