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Especialistas discutem matriz energética brasileira

A matriz energética mineira e brasileira foi tema da 16ª reunião ordinária da Câmara Temática de Energia e Mudanças Climáticas do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), realizada na última quinta-feira (20). A discussão abordou desafios e oportunidades gerados com a busca de sustentabilidade na geração de energia.

O Presidente da Light Energia S.A., Jerson Kelman, apresentou um panorama do cenário atual da geração de energia no país e defendeu a posição de que o Brasil necessita de expandir sua geração de energia. Ele destacou que atualmente 75% da energia gerada no Brasil tem origem hidrelétrica, opção considerada “limpa”, já que não contribui com o lançamento de gases que provocam o efeito estufa.

Kelman destacou ainda que o setor elétrico brasileiro, se comparado a outros, não é causador de problemas ambientais, já que a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa é de 2%, enquanto o desmatamento é responsável pela emissão de 60% de GEE (gases de efeito estufa). De acordo com Elizabete Lino, assessora institucional da Amda, em nenhum momento, o presidente da Light abordou a necessidade de promover uma readequação no uso da energia, reduzindo desperdícios e reeducando a sociedade sobre gastos desnecessários. Muito pelo contrário, ele acredita que o país deve aproveitar o potencial energético o máximo que puder, em função da demanda apresentada pelo mercado. Mas até onde e como será esse crescimento, não foi respondido.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, afirmou que o Brasil vive um momento decisivo para se posicionar sobre a matriz energética que adotará. “O crescimento médio do país de 5% ao ano como vem se delineando exigirá o aumento da oferta de energia”, aponta.

Para o Secretário, uma discussão ampla sobre matriz energética com participação de toda a sociedade se faz necessária. “A discussão fragmentada sobre o licenciamento dos empreendimentos isolados ofusca a questão central que é a opção estratégica do país por uma matriz”, destaca.

Carvalho destacou o estudo sobre o potencial de Minas Gerais para geração de energia eólica, lançado no dia 7 deste mês pela Cemig. O documento indica que o Estado possui um potencial de geração de 40 GW, cerca de 2,7 vezes mais que a Usina de Itaipu, sem emissão de gases ou geração de resíduos e com impacto ambiental reduzido em relação a outras matrizes energéticas.

Para ele, os recursos naturais estão dando sinais de seu esgotamento, o que indica a necessidade de um novo modelo econômico sustentável, que remunere o custo ambiental a longo prazo, incorporando-o ao custo da produção. O Secretário lembrou que enquanto países desenvolvidos subsidiam sua agricultura com recursos financeiros, o Brasil subsidia a agricultura com a natureza, desmatando para plantar e abandonando terras desmatadas.