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Matas nativas desaparecem no Mato Grosso do Sul

270 mil hectares de matas nativas desaparecidas no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Este é o saldo dos últimos três anos de produção de carvão vegetal para a indústria siderúrgica. A área equivale ao dobro do território da cidade de São Paulo.


O levantamento foi feito pelo IBAMA a partir de dados referentes à demanda utilizada pelas indústrias no período e à movimentação de cargas registrada nas guias do DOF (Documento de Origem Florestal).


De acordo com o instituto, entre 2007 e 2009, o estado do Mato Grosso do Sul movimentou 8,6 milhões de metros cúbicos de carvão vegetal, incluído aí o carvão importado do Paraguai. O pico foi no ano de 2007, quando 4,5 milhões de metros cúbicos foram produzidos.


Já em 2009, houve uma queda significativa, para 1,2 milhão de metros cúbicos. Ainda segundo o órgão, o aumento da fiscalização contribuiu para o resultado, mas este não deve ser interpretado como uma forte tendência à queda, e sim como um reflexo da crise internacional.


O superintendente do IBAMA David Lourenço explica o movimento de exploração no estado: "Antes a produção se concentrava no oeste do Estado. Mas o enfraquecimento gradativo do Cerrado por lá levou a uma migração para o planalto pantaneiro, onde temos 47% de matas nativas preservadas".


Opresidente do sindicato do setor metalúrgico do Mato Grosso do Sul, Irineu Milanesi, se defende, e considera exagerada a estimativa feita pelo IBAMA . Ele afirma que asflorestas plantadas já são uma alternativa real. "Não conseguiríamos sustentar a indústria só com carvão de origem nativa. Isso é um exagero do IBAMA", argumenta.

* Com informações da Folha de S. Paulo