Brasil lidera ranking do lixo eletrônico
O Brasil tem a maior produção per capita de lixo eletrônico vindo de computadores entre 11 países emergentes e em desenvolvimento. A conclusão foi de um estudo conduzido pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente da ONU).
Com o número de 0,5 quilo de e-lixo per capita por ano, o país está em piores condições que o Quênia, Uganda, o Senegal, o Peru, a Índia, a China, a África do Sul, o Marrocos, a Colômbia e o México.
Além do índice, a Organização das Nações Unidas (ONU) criticou a legislação brasileira: "Informações sobre e-lixo no Brasil são escassas; em termos de políticas e legislação, a falta de uma lei abrangente de gestão de resíduos pode ser vista como o maior obstáculo para uma regulação específica do lixo eletrônico no Brasil."
Os valores foram calculados pelo Pnuma com base em avaliações sobre lixo eletrônico de cada país, mas alguns dados foram estimados. Foi avaliado o mercado de PCs (incluindo computadores de mesa com seus monitores e notebooks), impressoras, celulares, televisões e refrigeradores.
Dados de 2005 citados pelo estudo da ONU mostram que o país gera 96,8 mil toneladas por ano de lixo oriundo de PCs, 17,2 mil toneladas por ano de restos de impressoras, 2.200 toneladas por ano de descartes de celulares, 137 mil toneladas por ano de lixo vindo de TVs e 115,1 mil toneladas por ano de restos de refrigeradores.
Perigo
Aparelhos eletrônicos trazem mais de 60 tipos diferentes de substâncias (muitas são tóxicas) que, se não descartados de forma correta, podem contaminar o solo e os lençóis freáticos.
A solução para amenizar este o problema tem sido a reciclagem. Diversas organizações recebem doações de computadores e algumas empresas providenciam o descarte ou reciclagem de produtos usados.
Mas a logística reversa (o fabricante ou comerciante receberem de volta o que venderam) ainda não é prevista em lei, a não ser nos casos das pilhas. Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos -projeto em andamento no Congresso-, a logística reversa deverá se tornar obrigatória.
Com informações da Folha de S.Paulo