Polêmicas marcam discussões sobre o Código Florestal no Piauí
A Rede Ambiental do Piauí (REAPI) e a Fundação Rio Parnaíba (FURPA) não concordaram com as mudanças no atual Código Florestal Brasileiro propostas pela bancada ruralista do Congresso Nacional. Durante audiência pública realizada na última segunda-feira, na Assembléia Legislativa do Piauí, os ambientalistas ainda colocaram em dúvida a parcialidade dos parlamentares que, em sua maioria, recebem recursos financeiros de grandes empresas do agronegócio.
"Esses deputados se utilizam de um discurso ambiental falso para enganar a população, vale destacar que os deputados federais Aldo Rebelo e Osmar Junior, os quais foram financiados por empresas de papel celulose, os fatos podem ser conferidos na internet no site do TSE. E se oficializarem essas mudanças Código Florestal eles estarão legalizando a destruição", acusou o jornalista Dionísio Neto, que também é coordenador da REAPI. Ainda na tribuna da Assembléia Legislativa, Neto disse acreditar num esquema ilegal envolvendo políticos, empresários e carvoarias.
"É nítido o envolvimento do deputado Aldo Rebelo, outros deputados do Estado e até do próprio governador Wellington Dias, com o que denomino de máfia do carvão, pois quem financiou a última campanha eleitoral, segundo o TSE, tanto de Aldo, com R$100.000, como a de Wellington, com R$ 150.000 foi a Companhia Siderúrgica Nacional – CSN que precisa do carvão de nossas florestas.", completou.
O ambientalista Francisco Soares, membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) pela FURPA, também esteve na audiência e, da tribuna, afirmou ser um "absurdo" assistir dos deputados "defenderem apenas os interesses dos empresários". Segundo ele, "essas alterações são um desmonte a Legislação Ambiental, e não contemplam a floresta e o homem do campo".
Os ambientalistas são contrários a redução das Áreas Preservação Permanente (APP) para compensar áreas de Reserva Legal. Eles também defenderam a criação de corredores ecológicos nas áreas de preservação ambiental do Estado.