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Gatos-mouriscos vítimas dos incêndios no Pantanal retornam à natureza

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Gatos-mouriscos vítimas dos incêndios no Pantanal retornam à natureza
Crédito: Waldo Troy/Sema-MT

Um casal de gato-mourisco (Puma yagouaroundi), vítima das queimadas que destruíram cerca de 30% do Pantanal em 2020, foram devolvidos à natureza nesta quinta-feira (9). O trabalho foi conduzido pela Secretaria de Estado e Meio Ambiente (Sema) do Mato Grosso e a ONG Ampara Silvestre.

Resgatados em 2020 na região de Rondonópolis, após serem encontrados por um morador local, os felinos não foram soltos de imediato, pois eram muito jovens e não conseguiriam sobreviver sozinhos na natureza. Eles foram encaminhados a uma área ecológica em Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá, onde passaram por um período de readaptação e reabilitação.

Depois de quase três anos de espera, os gatos-mouriscos finalmente se tornaram aptos para a soltura branda, processo no qual o animal tem as grades do seu alojamento abertas e se adapta progressivamente ao ambiente.

“A soltura branda está ocorrendo no mesmo local em que os gato-mouriscos foram cuidados. Nós abrimos o recinto em que os felinos estavam abrigados e eles vão ficar ali transitando até o momento de irem embora sozinhos”, explicou o Gerente de Fauna da Sema, Waldo Troy.

Danos

Classificado como “vulnerável” pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, o gato-mourisco tem ampla distribuição no Brasil, mas ocorre em baixas densidades. Estima-se que sua população seja de apenas 5.200 indivíduos. Os incêndios que assolaram o Pantanal em 2020, afetaram as populações da espécie e de outros animais nativos do bioma.

Ao menos 17 milhões de animais vertebrados foram mortos e outros milhares foram feridos. Embora alarmante, o número ainda pode estar subestimado, considerando os animais de pequeno porte que viraram cinzas e outros cujas carcaças estão em tocas e ocos de árvores, o que impede a localização.