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Nova espécie de jiboia é descoberta na Mata Atlântica

Espécie é exclusiva do bioma.

Nova espécie de jiboia é descoberta na Mata Atlântica
Espécie de jiboia descoberta na Mata Atlântica. Foto: Pedro Pina/Museu Nacional.

Uma nova espécie de jiboia foi descoberta na Mata Atlântica: a jiboia-atlântica (Boa atlantica). Curiosamente, a “nova” espécie já era conhecida há séculos, mas estava erroneamente classificada como jiboia-comum (Boa constrictor).

As jiboias são serpentes com ampla distribuição no continente Americano. No Brasil, as espécies se dividiam entre jiboia-comum (Boa constrictor) e jiboia-cinzenta (Boa constrictor amarali). A primeira ocorre principalmente nas regiões Norte e Nordeste, enquanto a segunda habita o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Com novas evidências morfológicas e moleculares, cientistas descobriram que exemplares existentes na Mata Atlântica, entre os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, se tratava de outra espécie. Os resultados da pesquisa estão em artigo publicado na revista científica Plos One. 

Pesquisadores do Museu de História Natural do Ceará Prof. Dias da Rocha, da Universidade Estadual do Ceará, do Museu Nacional e do Instituto Butantan foram os responsáveis pela descoberta.

Durante dois anos, eles coletaram amostras de DNA de jiboias e observaram suas características físicas, como coloração e manchas. Por meio de comparações entre mais de mil exemplares foi possível identificar as diferenças entre as espécies e reconhecer a jiboia-atlântica.

A espécie pode crescer até dois metros e, como todas as outras, não é venenosa. Além disso, é constritora, ou seja, mata as presas através da asfixia. Ela ocorre somente na Mata Atlântica, um dos hotspots mais ameaçados do mundo. Como homenagem ao seu habitat, ela recebeu o epíteto atlântica.

Apesar de abrigar uma grande variedade de espécies únicas, o bioma está sendo destruído em taxas alarmantes, com apenas 12% de seu habitat original restante. Embora ainda não hajam estudos para indicar se a espécie corre risco de extinção, a destruição da Mata Atlântica é uma grave ameaça à sua sobrevivência.

“Considerando a importância vital desta floresta, lar de inúmeras espécies de plantas e animais, e ciente dos graves riscos enfrentados pelas suas áreas remanescentes, optamos por prestar uma homenagem significativa ao habitat nomeando a nova espécie em sua honra”, afirmou Rodrigo Gonzalez, principal autor do estudo.