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Mais da metade dos rios da Mata Atlântica não têm água boa

Mais da metade dos rios da Mata Atlântica não têm água boa
Mais da metade dos rios da Mata Atlântica não tem água boa. O rio Tietê (SP) é um deles. Foto: Mayara Sastre Capelozza

A qualidade da água na Mata Atlântica, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do mundo, está longe de ser ideal, de acordo com relatório da Fundação SOS Mata Atlântica. O levantamento, que analisou indicadores de qualidade da água em oito regiões hidrográficas do país, revelou que 60% dos rios da Mata Atlântica não têm água boa para o consumo.

O relatório é do projeto de monitoramento Observando os Rios, uma iniciativa que combina educação ambiental, mobilização social e ciência cidadã. A coleta de dados aconteceu de janeiro a dezembro de 2023. Os resultados indicam que o país ainda está longe de atingir o fornecimento de água limpa em quantidade suficiente para todos seus habitantes, visto que muitos cursos d’água estão poluídos e sem qualidade para consumo.

“Percebemos uma tendência de melhora, mas o quadro de alerta em relação aos rios da Mata Atlântica persiste, revelando a fragilidade da condição ambiental de parte significativa dos corpos d’água monitorados. A qualidade regular da água obtida em 77% dos pontos demanda atenção especial dos gestores públicos e da sociedade, especialmente neste momento de emergência climática”, comenta Gustavo Veronesi, coordenador do programa Observando os Rios. 

Para avaliar a qualidade da água, os pesquisadores consideraram uma série de indicadores físicos, químicos e biológicos. Eles realizaram 1.101 análises, um aumento de 11,2% em relação ao total de coletas realizadas em 2022. Ao todo, 130 grupos voluntários conduziram as análises em 174 pontos de coleta de 129 rios e corpos d’água, distribuídos em 80 municípios de 16 estados da Mata Atlântica.

Estados

Os resultados apontaram uma pequena melhora na média da qualidade da água. Dez pontos apresentaram boa qualidade, 100 qualidade regular, 13 ruim e três péssima. São Paulo foi o único estado que apresentou um resultado péssimo. No entanto, nenhum dos 16 estados que participaram das coletas e das análises apresentou água considerada ótima.

O levantamento identificou três pontos com qualidade de água péssima no rio Pinheiros, em São Paulo. Além disso, outros dois pontos com água péssima foram encontrados no Rio Tietê. Um deles em Barueri e outro em Ribeirão dos Meninos, em São Caetano do Sul.

Entre os estados analisados, apenas seis apresentaram água de boa qualidade. São eles: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Minas Gerais e os demais estados possuem água de qualidade, no máximo, regular.