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Incêndios florestais se espalham no Brasil em meio à seca

Cerca de 4,4 milhões de pessoas já foram afetadas pelas queimadas em 2024.

Incêndios florestais se espalham no Brasil em meio à seca

Incêndios florestais se espalham no Brasil enquanto mais da metade do país enfrenta a pior seca dos últimos 44 anos. Análise do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) revela que 16 dos 27 estados brasileiros sofrem com a seca prolongada.

Entre eles estão Amazonas, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais. A estiagem começou em junho de 2023 com a chegada do El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico e altera o padrão de chuvas no país.

Embora o fenômeno tenha terminado em junho deste ano, a estiagem continua, intensificada pelas mudanças climáticas. Essas condições criaram um ambiente propício para a ocorrência de incêndios florestais, facilitando a ação de incendiários. O fogo que temos visto não é natural, na maior parte das vezes é causado pela ação humana.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos de queimadas registradas no país é o pior em 14 anos. Em agosto, o número de municípios em situação de emergência devido aos incêndios cresceu 354% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme levantamento da Confederação Nacional dos Municípios. As queimadas já afetaram cerca de 4,4 milhões de pessoas em 2024, revelou o estudo.

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Pantanal

A área queimada no Pantanal já passou de 2,3 milhões de hectares, o equivalente a cerca de 15% do território do bioma. Os dados foram divulgados pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) na quinta-feira (29/8).

O fogo não apenas destrói a vegetação, mas também ameaça a rica biodiversidade da região. Além disso, as emissões de carbono provenientes desses incêndios são as mais elevadas desde 2005, conforme análise do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus, da União Europeia.

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Amazônia

Assim como na planície pantaneira, a maior floresta tropical do mundo arde em chamas. Dados do Lasa mostram que em menos de um mês, o fogo consumiu 2,5 milhões de hectares da Amazônia. A área queimada desde o início do ano chega a 4,1 milhões de hectares.

Segundo o Inpe, foram mais de 22.000 focos de incêndio na floresta até o final de agosto, um aumento de 18% em relação ao mesmo período de 2023. Agosto foi especialmente crítico, com a Amazônia concentrando cerca de 43% de todos os focos de calor detectados no país durante o mês.

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Minas Gerais

Em Minas, a situação também é alarmante. Entre os dias 1º e 27 de agosto, o Inpe contabilizou 2.203 focos de calor no estado, 114% a mais que o registrado no mesmo mês do ano passado. Até o final de julho, o estado já havia registrado mais de 14 mil incêndios, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

O número, considerado o maior dos últimos cinco anos, representa um aumento de 50% em relação a 2023. Em comparação aos últimos anos, agosto de 2024 só fica atrás de 2011, 2010 2007.

Em parceria com empresas e o poder público, a Amda possui brigadas de prevenção e combate a incêndios florestais em diversas regiões do Estado. O trabalho ajuda a mitigar os danos causados pelos incêndios, bem como proteger áreas naturais e a biodiversidade.