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Lixão de Gramacho vira manguezal no Rio de Janeiro

Lixão de Gramacho vira manguezal no Rio de Janeiro
Crédito: Comlurb/Divulgação

Conhecido como um dos maiores lixões da América Latina, o antigo Lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, está sendo recuperado após a desativação. Graças a um projeto de reflorestamento, o local que recebeu 80 milhões de toneladas de lixo em 40 anos, está virando um grande manguezal.

O trabalho é realizado por meio de parceria entre a Companhia Municipal de Limpeza do Rio de Janeiro, o biólogo Mário Moscatelli, organizações ambientais e cooperativas. O projeto, que começou com apenas dez hectares, hoje abrange 600 mil metros quadrados, o equivalente a 60 Maracanãs.

A região concentra a maior área de manguezal recuperada em toda a Baía de Guanabara. Além da mudança da paisagem, o local voltou a abrigar várias espécies de aves, crustáceos e peixes que antes não viviam mais na área.

“Os animais, aqui, encontram abrigo, alimentação farta, e área de reprodução segura. Além disso, funciona como um filtro, tanto na água, retirando elemento contaminantes, quanto e principalmente da atmosfera”, explica o biólogo Mário Moscatelli.

Desafios ainda enfrentados

Mesmo com o manguezal revitalizado, a população continua descartando lixo no local, o que coloca em risco a saúde do ecossistema recém restaurado. Para diminuir os impactos da poluição, foi implementada uma contenção, que evita que os detritos prejudiquem o manguezal.

“Toda essa estrutura de proteção não precisaria existir se as pessoas tivessem o mínimo de bom senso e não jogassem lixo dentro dos rios. Por que esse lixo, além de comprometer a Baía, os manguezais, vai inundar a casa dessas pessoas. É importante entender que a natureza, ela não se protege, ela costuma se vingar”, enfatiza o biólgo.

A importância dos mangues

Os mangues são ecossistemas únicos, responsáveis por estocar carbono, filtrando substâncias poluentes da água e do ar. Os manguezais também atuam como barreiras naturais contra as tempestades, prevenindo inundações e estragos na costa. Também servem de habitat para inúmeras espécies, que dependem deles para se reproduzirem e se alimentarem.