Biólogos reencontram pássaro anhuma em Araraquara depois de seis anos
Depois de ficar desaparecida por seis anos no município de Araraquara, em São Paulo, a anhuma (Anhima cornuta) foi redescoberta por biólogos da região. O grupo, pertencente à Unidade de Gestão de Fauna do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae), encontrou pela primeira vez um indivíduo no dia 26 de maio e, nos meses de junho e julho, registraram mais duas aparições. As aves foram vistas às margens da represa do ribeirão que leva seu nome.
Antes, a anhuma era comum não só na região, mas em todo o estado de São Paulo, estando presente até nas bandeiras das cidades de Guarulhos e Tietê. Hoje é considerada ameaçada de extinção em nível estadual devido à perda dos rios alagados (seu principal habitat) e a caça.
Segundo o biólogo da autarquia, João Henrique Barbosa, estes animais conseguem voar grandes distâncias seguindo as correntes de ar. No período seco, buscam locais ricos em alimento e que ofereçam proteção. A espécie prefere ambientes preservados, bem como beiras de lagoas com margens florestadas e vegetação rasteira.
Negra e imponente, a anhuma é uma ave de grande porte que ocorre em várias partes do Brasil e em países da América do Sul, como Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. É comum vê-la aos casais e em grupos familiares. Alimenta-se de plantas flutuantes e de gramíneas presentes em solos alagados.
No local onde foi encontrada, situado na zona rural de Araraquara, também é possível observar jaçanãs, biguás, quero-queros e japacanins. Há cinco anos monitorando a fauna da cidade, a equipe também conseguiu registrar duas espécies inéditas no município: o cardeal-do-banhado e o barbudo rajado.