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Ricardo Salles é cotado para assumir Meio Ambiente em São Paulo

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Ricardo Salles é cotado para assumir Meio Ambiente em São Paulo
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-ministro Ricardo Salles, investigado por envolvimento em esquema de exportação ilegal de madeira, pode assumir a Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo. Entre os nomes cotados para a equipe do governador eleito, Tarcísio Freitas (Republicanos), aparecem Salles e Mario Frias, ambos eleitos deputados federais no Estado pelo PL.

Na última terça-feira (22), Tarcísio divulgou os integrantes da equipe de transição, composta por bolsonaristas e representantes da bancada evangélica. A deputada estadual Valéria Bolsonaro (PL-SP) o deputado federal Capitão Derrite (PL-SP) estão entre os escolhidos. A indicação de Salles à pasta ambiental não chegou a ser confirmada, mas abaixo-assinado contra sua nomeação já ultrapassa 22 mil assinaturas.

A passagem de Ricardo Salles pelo Ministério do Meio Ambiente foi marcada pela perseguição a servidores, sucateamento de órgãos ambientais e enfraquecimento da fiscalização, que resultaram em recordes de desmatamento e queimadas. Durante reunião ministerial em abril de 2020, o político afirmou que a pandemia era a oportunidade de “passar a boiada” enquanto a imprensa dava “um pouco de alívio nos outros temas”.

O ex-ministro também foi alvo de operação da Polícia Federal que investiga a exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos e Europa e a facilitação do desmatamento na Amazônia. As polêmicas em torno de Salles fizeram com que fosse exonerado em junho do ano passado. “Temos que impedir que este tipo de política imoral e destrutiva se estabeleça em nosso Estado”, indicou o texto da petição.

Assine: Não a Ricardo Salles no meio ambiente de São Paulo.

Bancada antiambiental

Mesmo que Ricardo Salles não assuma a Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, o ex-ministro já tem lugar garantido na Câmara dos Deputados, assim como vários outros parlamentares antiambientais. Estudo feito pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) com base em dados do projeto Farol Verde mostra que a composição do Congresso será o maior desafio para a agenda climática e socioambiental nos próximos anos.

Os quatro partidos (PL, PP, Republicanos e União) que tradicionalmente votam contra projetos sobre meio ambiente terão 48% dos votos na Câmara com 246 deputados. No Senado, essas legendas contarão com 33 senadores, o que representa 42% da casa. Somente o partido de Jair Bolsonaro, PL, contará com 99 representantes na Câmara 14 no Senado.