Jacurutu é a maior coruja do Brasil
Dar de cara com uma coruja que fica totalmente imóvel, fitando atentamente quem se aproxima com seus grandes olhos pode ser uma experiência assustadora, principalmente se ela tiver 60 centímetros de altura. Mas não é preciso ter medo: o Jacurutu (Bubo virginianus), apesar do grande porte, é uma ave inofensiva para humanos.
Maior rapinante noturno do Brasil, o jacurutu possui garras fortes e grandes, cobertas de penas. É parente da harpia, a ave mais forte do planeta. Seu corpo é rajado, de cor escura, entre o cinza e o marrom. Seus olhos laranjas são enormes e hipnóticos. O animal parece ouvir tudo a seu redor com suas grandes “orelhas”, que são, na verdade, tufos de penas proeminentes. Esta característica é o que distingue esta coruja das demais, assim como seu tamanho avantajado.
O jacurutu ocorre em praticamente todo o país, com as maiores populações concentradas nas regiões Sudeste e Sul. Possui quinze subespécies reconhecidas e, além do Brasil, está presente em todo o continente americano. Habita ambientes abertos, preferencialmente com árvores. Por não ser muito comum em ambientes urbanos, é desconhecido por grande parte das pessoas.
Caçador de canto grave e misterioso
A ave é sinônimo de mistério. Assim como outras corujas, possui hábitos noturnos e só aparece de noite, depois que o sol se põe, quando é possível ouvir seu canto composto por notas graves e repetidas: “huuu, huu-huuú, huuu, huuu”. Canta com o bico fechado, estufando o pescoço. Em alguns lugares do Brasil é conhecido como joão-curutu, uma vez que, quando canta, parece pronunciar esse nome.
O canto é uma estratégia de sedução para essas corujas. Durante o período reprodutivo, que coincide com o inverno, é possível ouvir o casal de longe, cantando em dueto nas noites frias. A fêmea bota até três ovos que são incubados por ela sem descanso. Nessa fase, o macho fica responsável por alimentá-la. Por ser uma espécie protetora, o jacurutu pode ficar agressivo durante o período de incubação e após o nascimento dos filhotes. Mata utilizando as garras afiadas e bicando a cabeça da presa, que é levada a um local seguro para ser devorada. Os restos são guardados em esconderijos no seu território.
Habilidades das corujas
Para viver na noite, as corujas contam com adaptações na visão e audição aguçada. Uma camada de células atrás da retina permite melhor captação da luz e o maior número de vértebras cervicais faz com que possam girar a cabeça em até 270°. Assim como a visão, a audição é bem desenvolvida. Em ambientes muito escuros, elas detectam as presas pelo som.
As corujas fazem parte do grupo dos rapinantes, que englobam também águias, gaviões, abutres e urubus. No Brasil, há quase 100 espécies desse tipo, das quais 23 são de corujas. Possuem características em comum, como garras fortes, bico afiado e grande aptidão para caçar.
Fonte: Wikiaves
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