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Diferença Ambiental

Daiane Gomes: “Sou brigadista florestal e amo o que faço”

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Daiane Gomes: “Sou brigadista florestal e amo o que faço”

Com uma realidade dura, de trabalho na roça desde os sete anos de idade, a brigadista Daiane do Carmo Gomes é um exemplo de superação e força. Em entrevista, ela conta como se tornou brigadista florestal na Amda e como foi o processo de adaptação à rotina pesada de combatente. Para Daiane, o trabalho ensinou que o fogo é um aliado no dia a dia, enquanto o incêndio, esse sim é o verdadeiro vilão.

Amda – Como se tornou brigadista florestal?

Daiane – Eu trabalhava na roça, como faxineira e cozinheira. Sempre tive o sonho de fazer algo diferente na vida e amo adrenalina. Foi então que, em um dia de trabalho no Parque Estadual da Mata do Limoeiro, eu estava preparando o almoço quando surgiu a oportunidade de fazer um curso de brigadista florestal. Na hora abracei a oportunidade. Alguns meses depois, a Amda estava contratando e fui selecionada para integrar a brigada de combate a incêndios florestais. Trabalho na organização há quase dos anos, agregando cada vez mais conhecimento. Sou brigadistas florestal e amo o que faço.

Amda – Como sua família reagiu?

Daiane – No começo ficaram preocupados por causa dos riscos que corremos no exercício da profissão, mas com o tempo ficaram muitos orgulhosos, pois sabiam que eu estava fazendo o que mais amo.

Amda – O que você mais aprendeu sendo uma brigadista?

Daiane – Aprendi que segurança vem em primeiro lugar. Sendo brigadista também aprendi o papel importante de servir e zelar pela integridade e segurança de todos.

Amda – Altas temperaturas, combate em locais de difícil acesso, cansaço, fazem parte dos desafios deste trabalho. Além disto, brigadistas mulheres ainda são minorias. Como você avalia isto?

Daiane – É verdade que no combate a incêndios temos um desgaste muito grande. Não tive dificuldade no processo de adaptação, pois comecei a trabalhar na roça aos sete anos de idade. As mulheres hoje em dia estão mostrando suas garras e conquistando várias áreas de trabalho, mostrando que dão conta sim. A força de vontade, o amor e a persistência vencem qualquer barreira e dificuldade. As mulheres são guerreiras fortes e resistentes.

Amda – E qual a sensação de ver um incêndio ser extinto, sabendo que você contribuiu com isso?

Daiane – É uma adrenalina total saber que uma ação minha contribuiu para acabar com um incêndio e salvar vidas. É muito gratificante, todo esforço vale a pena.

Amda – Atear fogo é crime contra o meio ambiente e a sociedade. Animais são queimados vivos e os impactos sobre o solo, água, ar, saúde pública são de alta magnitude. O que diria às pessoas que provocam incêndios criminosos?

Daiane – Primeiramente, quero frisar que o fogo não é nosso inimigo, e sim nosso aliado no dia a dia. O incêndio, esse sim é o vilão. Gostaria de pedir para as pessoas pararem e pensaram em suas atitudes que podem, muitas vezes, causar perdas de vidas humanas, além da destruição da fauna e flora. Todos sofremos os impactos das queimadas, inclusive nossa saúde. Vamos ter mais amor e respeito pela natureza e pelo planeta Terra, que é a nossa casa.