Brasil é o lar de 19 espécies de sabiás
A cor da plumagem e o rico repertório vocal são características marcantes de umas das aves mais comuns no Brasil: os sabiás. Integrantes da família Turdidae, eles podem ser encontrados em quase todos os lugares do mundo, existindo centenas de espécies. O mais conhecido em território brasileiro é o sabiá-laranjeira, nomeado ave símbolo do país.
Na língua tupi, sabiá significa “aquele que reza muito”, em referência às notas, timbres e tons entoados por estes pássaros. Uma lenda indígena, diz que as crianças que ouvem o canto do sabiá em madrugadas do início da primavera serão abençoadas com paz, amor e felicidade.
Mesmo para aqueles que não acreditam em lendas, a vocalização dos sabiás é encantadora, dando “ritmo” a pomares, quintais e parques. Sabiás do gênero Turdus estão entre as aves mais avistadas em ambientes alterados pelo homem, incluindo zonas urbanas.
Alimentação e reprodução
As espécies são onívoras, alimentando-se de frutos, sementes e insetos. Desempenham importante papel ecológico com a dispersão de sementes, visto que elas saem praticamente intactas de trato digestivo das aves. Ao defecar, os pássaros dispersam as sementes aonde vão.
Na estação chuvosa, capturam minhocas no solo molhado. O mais curioso na dieta dos sabiás é o apreço por pimentas, como a Cumaru. Eles as esfregam em suas penas para sentir um tipo de formigamento.
Durante a época reprodutiva, defendem, agressivamente, seu território contra a aproximação de invasores. Enquanto a fêmea fica responsável por construir o ninho e incubar os ovos, o macho deve proteger a família. Os ovos possuem coloração azulada com manchas castanhas. Após a incubação, os filhotes são alimentados pelo casal.
No Brasil, há pelo menos 19 espécies de sabiás. Conheça algumas delas:
Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris):
O sabiá-laranjeira é considerado a ave símbolo do Brasil, devido a sua popularidade na cultura e no folclore brasileiro. Seu canto é melodioso, semelhante ao som de uma flauta. O corpo é coberto por plumagem parda com peito alaranjado e bico amarelo escuro. Pode chegar a 25 centímetros de comprimento, de modo que machos são mais leves que as fêmeas.
Sabiá-preto (Turdus leucops)
Este sabiá possui acentuado dimorfismo sexual, ou seja, é possível distinguir o macho da fêmea visualmente. Ele se destaca pela plumagem completamente preta, com bico e pés amarelos, enquanto ela possui coloração parda e acinzentada. Tanto o macho, quanto a fêmea possuem de 18 a 21 centímetros de comprimento e pesam aproximadamente 65 gramas. Podem ser vistos aos pares ou sozinhos.
Sabiá-castanho (Cichlopsis leucogenys)
Discreta e rara, esta ave habita a região costeira do Brasil, entre a Bahia e o Espírito Santo, sendo encontrada no alto das árvores, sempre em meio às folhagens. Devido à fragmentação de seu habitat, está ameaçada de extinção. Apresenta cauda longa, que se destaca perante o corpo e pés pequenos. Mede entre 20 e 21 centímetros de comprimento e pesa entre 45 e 61 gramas. A plumagem é predominantemente parda e acinzentada.
Sabiá-poliglota (Turdus lawrencii)
Também conhecido como caraxué-de-bico-amarelo, a espécie recebe o apelido de poliglota, pois imita o canto de dezenas de aves. Pouco se sabe sobre o pássaro que habita as florestas do sudoeste Amazônico. Sua barriga é clara, em comparação com o restante do corpo, que tem coloração pardo-olivácea. Seu bico é amarelo com a ponta preta.
Sabiá-norte-americano (Catharus fuscescens)
Este é um exemplo de ave migratória. Visita o Brasil quando o inverno chega no hemisfério norte, passando por todos os biomas brasileiros. É um dos menores sabiás, com 17 centímetros de comprimento e peso de aproximadamente 25 gramas. A plumagem na parte superior é parda, enquanto o peito e o pescoço são amarelados.