Pirata-do-mar: a fragata que rouba a cena nas regiões litorâneas
A fragata-comum ou tesourão (Fregata magnificens) é uma ave que soube se adaptar com maestria às limitações de seu corpo e habitat. Ela se alimenta de pequenos peixes, mas como não sabe nadar, “rouba” o alimento do bico de aves menores – como atobás, gaivotas e trinta-réis – durante o voo. Algumas espécies até se jogam na água para fugir do assalto, pois sabem que a fragata não é exímia nadadora e nem possui estrutura em seu corpo para mergulhar. Pelo comportamento peculiar, a ave recebeu o apelido de pirata-do-mar.
Além de saquear comida de outros animais, ela aproveita descartes de embarcações ou captura peixes que sobem à superfície. Também não é difícil vê-la na companhia de urubus à procura de alimento. Muito comum no litoral brasileiro, possui colônias em Fernando de Noronha, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Fora do país pode ser encontrada nas Américas do Sul e Central.
Características
As fragatas são aves compridas e leves. Quando abertas, suas asas podem chegar a dois metros de comprimento, enquanto seu peso não passa de 1,5 quilos. A fêmea é maior, tem cabeça preta e peito esbranquiçado. Já o macho é completamente negro e possui uma característica exclusiva: o saco gular vermelho. Trata-se de uma bolsa de pele inflável, na altura do pescoço, utilizada para cortejar a fêmea em rituais de acasalamento. Quando jovem, o tesourão apresenta a cabeça branca.
O período reprodutivo da espécie vai de junho a agosto. Os ninhos são construídos a partir de gravetos e fezes e são instalados em cima de árvores. A fêmea dá origem a apenas um ovo e a incubação é realizada pelo casal entre 40 a 45 dias. Os filhotes permanecem no ninho por algum tempo, apesar de estarem aptos para voar com quatro meses de idade.
Família
A família do tesourão (Fregatidae) é composta por outras aves marinhas, como o tesourão-grande (Fregata minor) e o tesourão-pequeno (Fregata ariel). Estas aves ocorrem nos oceanos Índico e Pacífico, em regiões de clima tropical e subtropical, bem como na costa setentrional asiática. Apesar de não possuírem habilidade na água, no ar são quase imbatíveis, podendo percorrer longas distâncias sem descanso.
Pesquisa divulgada pela revista Science em 2016 indica que as fragatas do Pacífico podem voar por mais de dois meses sem pousar durante suas migrações transoceânicas. Elas se aproveitam dos ventos para fazerem o mínimo de esforço possível e conseguirem permanecer por muito tempo no ar.