Rato das florestas com manchas brancas
A Mata Atlântica é um dos hotspots de biodiversidade mais importantes do Brasil. O bioma abriga inúmeras espécies endêmicas, como o Drymoreomys albimaculatus, encontrado somente nas montanhas da Serra do Mar de São Paulo e Santa Catarina, fato que o torna um gênero endêmico da Mata Atlântica brasileira.
A espécie foi descoberta no início de 2011 por Alexandre Reis Percequillo, do Departamento de Ciências Biológicas da USP de Piracicaba; Marcelo Weksler, do Museu Americano de História Natural; e Leonora Costa, da Universidade Federal do Espírito Santo. A descoberta foi publicada na revista científica Zoological Journal of the Linnean Society.
Seu nome científico significa, literalmente, rato das florestas e montanhas (Drymoreomys) com manchas brancas (albimaculatus) – característica morfológica única que deu nome à espécie. Diversos outros aspectos levaram os cientistas a descreverem este roedor como um novo gênero. “Uma das evidências mais fortes veio da análise do DNA da nova espécie, que mostrou ainda que ela é mais proximamente relacionada a um ratinho que habita os Andes peruanos, chamado de Eremoryzomys polius, do que a qualquer outro roedor na América do Sul”, comentou Percequillo.
A relevância da descoberta está ainda no fato de que gêneros de roedores, ou mamíferos, são muito mais difíceis de serem encontrados do que novas espécies. Dentre roedores, por exemplo, a maior parte dos gêneros foi descrita ainda no século 19 ou no início do século 20. Surpreende ainda que a descoberta ocorreu em uma das áreas mais populosas e conhecidas do Brasil.
Este pequeno roedor mede cerca de 30 cm de comprimento da cabeça à ponta da cauda, e pesa de 44 a 64 gramas. Os pelos do corpo são longos e densos, laranja-avermelhados na maior parte. Suas pequenas e arredondadas orelhas são cobertas com pelos dourados na parte externa e castanho-avermelhados na superfície interna. O ventre é acinzentado com manchas brancas. A cauda longa é completamente castanha e tem entre 14 e 17 centímetros.