Tamanduá-bandeira se alimenta de até 30 mil formigas e cupins por dia
Sem dentes, o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) utiliza o olfato como sua principal ferramenta para localizar alimento. Ele usa suas garras dianteiras para escavar vários formigueiros e cupinzeiros ao longo do dia para capturar, com sua língua extensível, até 30 mil formigas e cupins.
Por sua dieta ser de pouco valor nutricional, o tamanduá-bandeira tem metabolismo lento e, por isso, tem dificuldade para regular a temperatura do próprio corpo. A espécie desenvolveu o hábito de se esconder do calor ou do frio no interior de florestas para resolver o problema, mas essa não é sua única estratégia.
Apesar de viver nos trópicos, o tamanduá-bandeira tem uma pelagem densa, especialmente na cauda. Quando se deita para dormir, ele faz uma cavidade rasa no solo e coloca a própria cauda sobre o corpo. Ela funciona como isolante térmico e também ajuda a camuflar o animal.
Reprodução
A cauda peluda também é utilizada pelas fêmeas como cobertor para seus filhotes enquanto são amamentados. Eles são carregados no dorso da mãe durante aproximadamente nove meses, quando alimentam-se exclusivamente do leite materno.
De hábitos solitários, o tamanduá-bandeira é visto com outros espécimes somente na época da reprodução, que ocorre normalmente na primavera. A fêmea tem apenas um filhote por ano, após uma gestação de 190 dias.
Os filhotes tornam-se adultos com cerca de 2,20 metros e pesando até 45kg. A espécie é facilmente reconhecida por sua pelagem característica: uma faixa diagonal preta com bordas brancas se estende do peito até metade do dorso. As patas dianteiras, que têm três garras longas, são mais claras do que as traseiras, que têm cinco garras, mais curtas.
Habitat
O tamanduá-bandeira está adaptado para viver em ambientes variados. A espécie é encontrada em campos limpos, Cerrados e florestas. Apesar de ser mais comum em áreas de Cerrado, usa ambientes de floresta para repouso e abrigo durante as horas mais quentes do dia e utiliza os campos limpos para se alimentar quando as temperaturas estão mais amenas.
Segundo a organização World Wildlife Fund (Fundo Mundial para a Natureza – WWF), a espécie pode ser encontrada da América Central até a América do Sul. Originalmente, o animal era encontrado em todos os estados brasileiros, mas atualmente está em risco de extinção em todas as regiões do país e já foi extinto no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
A degradação e a redução dos habitats são apontadas como os principais fatores responsáveis pela redução populacional da espécie. Caça, atropelamento em estradas e os incêndios florestais também contribuem significativamente para incluir o tamanduá-bandeira na lista de espécies que podem desaparecer da natureza.