Major Trant, da Polícia Militar de Meio Ambiente, se dedica ao combate de crimes ambientais
16 de janeiro de 2017
Major Trant
Há quatro anos e meio, Juliano Trant de Miranda atua na Companhia de Meio Ambiente da Polícia Militar de Minas Gerais. Por dois anos atuou como Subcomandante e há dois anos e meio ocupa o cargo de Comandante.
Ele nos contou um pouco sobre sua história na corporação e os desafios para conservação da fauna e flora.
Amda – Recentemente, a PMMA completou 50 anos. Como é fazer parte desta história?
Major Trant – A Unidade passou por diversos processos de transformação até chegarmos ao modelo atual. Isso foi bastante importante, pois além de haver a passagem de gerações, há também as implicações legais que vieram mudando o mandato policial através da evolução da legislação e normas em vigor. Fazer parte desta história é algo muito especial, pois a tradição de cuidar do meio ambiente na Polícia Militar ultrapassa meio século e é mais especial, pois acredito no trabalho que fazemos.
Amda – Atualmente, qual é o maior desafio da PMMA?
Major Trant – Temos vários desafios, mas o que hoje mais nos aflige é a falta de conscientização do ser humano em razão da exploração do ambiente de forma desenfreada visando o lucro prioritariamente.
Amda – Explique como funciona o trabalho da corporação para combater o tráfico de animais silvestres.
Major Trant – Atualmente fazemos acompanhamento de pessoas envolvidas com a venda e outros crimes segundo o artigo 29 da Lei 9605/98. Buscamos também as mídias sociais com a intenção de pararmos esses malfeitores. Contamos muito com ações dos populares, que nos trazem denúncias importantes através do disque denúncia (181), noticiando atividades irregulares envolvendo animais silvestres.
Amda – Qual a sua opinião sobre a legislação vigente no que diz respeito às punições aos traficantes de animais silvestres?
Major Trant – Uma falha na legislação é não conter o crime de tráfico. Hoje quem é pego transportando ou vendendo animais é incurso no mesmo artigo penal de quem mantém um pássaro da fauna silvestre em cativeiro, ou seja, com pena muito pequena e não separado como traficante. Se comparássemos ao entorpecente, o traficante teria a mesma pena irrisória do usuário de droga. A multa é muito leve para quem lucra muito dinheiro traficando animais silvestres.
Amda – A corporação desenvolve trabalhos de educação ambiental? Conte-nos sobre essas ações.
Major Trant – Acredito que este seja nosso principal trabalho, embora tenhamos uma demanda altíssima na área repressiva. Para mim, esta é a forma de fazermos uma prospecção de um futuro melhor. Trabalhamos em diversas áreas:
PROGEA: Programa de Educação Ambiental. Atuamos em escolas regulares com alunos do quarto ano em 12 encontros, no intuito de levar conhecimento sobre as questões ambientais.
Patrulha de Prevenção Ambiental: uma patrulha que busca educação de crianças, jovens e adultos em empresas, escolas, comunidades e onde houver espaço para falarmos da proteção ao ambiente.
Amda – Depois de tantos anos na corporação, o senhor ainda acredita que é possível mudar o rumo da história e proteger o planeta para as futuras gerações?
Major Trant – Acredito e trabalhamos nisso dia após dia. Nós somos responsáveis pela destruição, assim como pela proteção do ambiente. Devemos nos readequar e buscar soluções urgentes, o que inclui principalmente a educação das gerações futuras.