Projetos

Brigadas de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais

Brigadas de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais

Minas Gerais e o Brasil estão dispensando pouca atenção aos incêndios florestais, considerando o imenso impacto que anualmente provocam. A proteção de remanescentes de florestas, unidades de conservação e áreas de interesse ambiental, como mananciais de abastecimento humano, passa pelo combate e prevenção a queimadas. Incêndios raramente se iniciam por causas naturais, como raios. Noventa e nove por cento são provocados por ações humanas, por intenção ou descuido.

Na lista de descuido, estão tocos de cigarro jogados no capim seco que cresce nas margens de rodovias, despachos religiosos com vela, fogos de artifício, limpeza de terrenos para cultivo, queima de folhas e fogueiras. Na lista de má fé, utilização do fogo para descaracterizar ambientes naturais para fins econômicos, como queimar Mata Atlântica para alegar “fato consumado” e implantar pastos ou loteamentos.

Os prejuízos ambientais e sociais provocados pelos incêndios florestais são inúmeros. Estudos indicam que 50% da biomassa queimada nas matas tornam-se gases de Efeito Estufa. No Brasil, 75% desses gases, principalmente o gás carbônico, são emitidos pelos incêndios. Além disto, o fogo diminui a qualidade da água, do ar e a visibilidade atmosférica, provocando aumento de acidentes em estradas, perda da biodiversidade animal (centenas de animais são queimados vivos) e vegetal, diminuição da fertilidade dos solos e prejuízos materiais à população, como destruição de linhas de transmissão e outras formas de patrimônio público e privado. Está comprovado o aumento de doenças respiratórias decorrentes da fuligem e fumaça emitidas pelos incêndios.

O Parque Estadual da Serra do Rola Moça, situado no Vetor Sul de Belo Horizonte, foi criado em 1994. Muito antes, voluntários da Amda combatiam incêndios florestais na região. Em 2011, em parceria com a Ferrous Resource, Vallourec e Gerdau, a entidade criou a primeira brigada profissionais civil de Minas e do país.

Atualmente, a entidade mantém dez brigadas em parceria com AngloGold Ashanti, Gerdau, Vale/Sindiextra, Arcelor Mittal/Usiminas Mineração, Anglo American e Cenibra. Em 2017, elas atuaram em 605 ocorrências, sendo 86 em unidades de conservação, como os parques Nacional da Serra do Gandarela, Estadual da Serra do Rola Moça, RPPN Santuário da Serra do Caraça, Monumentos Naturais da Serra da Moeda e da Calçada, Estações Ecológicas de Arêdes e Fechos, entre outros. A criação de brigadas profissionais é iniciativa pioneira no país e sua atuação tem sido fundamental no combate aos incêndios.

Os brigadistas são capacitados para combater as chamas, lidar com animais peçonhentos e primeiros socorros, atuando com uniformes e botas que resistem a altas temperaturas e balaclava de proteção antichama. As brigadas são equipadas com bomba costal, soprador, chicote, abafador, moto-bomba, roçadeira, enxada e foice, todos com CA (Certificado de Aprovação). Contam ainda com veículos de tração 4×4, que facilita acesso a locais difíceis.

Parte das brigadas atua somente no período crítico de incêndios. Outras, o ano inteiro. No período de chuvas, atuam com educação ambiental, plantio e manutenção de mudas plantadas em áreas de recuperação e construção de aceiros (retirada de vegetação em faixa que auxilia no combate ou “mata” o fogo quando as atinge).