Radiações eletromagnéticas, parte III
*Roberto Naime
Todos os organismos são sensíveis a energias eletromagnéticas. Sem energia nosso organismo não conseguiria sobreviver. Uma alteração ocasionada por uma radiação artificial pode produzir mudanças biológicas consideráveis em nossa saúde. Já há evidências, na Medicina, de que a exposição a campos eletromagnéticos de baixa frequência podem reduzir significantemente os níveis de melatonina no corpo.
Segundo RIBEIRO et. al. (2007) estudos da TNO ("Toegepast-Natuurwestenchappelijk Onderzoek" ou Organização pela Pesquisa Científica Aplicada) da Holanda, concluiu que, bastam apenas 45 minutos de exposição a uma radiação eletromagnética de 0,7 V/m (volt por metro) emitida por um aparelho celular, para se observar efeitos, inclusive graves, sobre a saúde.
O Eletromagnetismo trata da inter-relação entre campos elétricos e magnéticos variáveis no espaço e no tempo, bem como de sua propagação. As equações de Maxwell exprimem de forma concisa os fundamentos da teoria eletromagnética. As suas aplicações na geração, transporte e utilização de energia e de telecomunicações são imensas.
Os campos eletromagnéticos presentes em nosso dia a dia são relativamente baixos, porém se tivermos contato frequente com equipamentos como televisores, computadores, lavadoras, micro-ondas, dentre outros, nossa exposição torna-se bem maior. Os íons naturais do nosso organismo podem ser afetados por essas descargas elétricas provocadas por aparelhos domésticos.
Se assiste a uma proliferação de usinas de força, postes de eletricidade e antenas que vão invadindo a paisagem, formando estações geradoras de energia que atendem a uma demanda fenomenal por eletricidade no mundo.
Alguns acreditam que qualquer alteração na paisagem, como a intervenção nos rios, na terra, e também as construções, modificam o campo energético da Terra. Os radares e antenas parabólicas, as torres de transmissão de TV, rádio, telefones celulares se somam a uma verdadeira poluição eletromagnética.
Em casa, na escola e no trabalho há uma abundância de cabos, fios, aparelhos e acessórios que geram campos eletromagnéticos, e quer estejamos acordados ou dormindo, não temos, na área urbana, um lugar de refúgio.
RIBEIRO et. al. (2007) registram que no mundo inteiro, reputados cientistas, médicos, pesquisadores e epidemiologistas vêm estudando os possíveis efeitos dos campos eletromagnéticos extremamente baixos ou elevados. Estas pesquisas e experiências têm se tornado mais detalhadas, e as evidências sobre os possíveis efeitos nocivos só aumentam. Existe uma espécie de "liga-desliga" nos processos biológicos normais.
Os efeitos biológicos ocasionados pela radiação já vêm sendo estudados pela ciência há alguns anos. Está comprovado que a radiação ionizante, ou seja, aquela capaz de alterar o estado físico de um átomo, pode trazer consequências à saúde. Mas, sejam quais forem estas consequências, devemos minimizar o uso da energia, tomando medidas que evitem exposições desnecessárias a campos eletromagnéticos durante longos períodos.
Em 1864, o cientista James C. Maxwell comprovou, por meio de equações matemáticas, que um dado fluxo de cargas elétricas se movimentaria pelo espaço na forma de ondas de energias elétrica e magnética, com velocidade igual à da luz.
Então, concluiu-se que radiação é a propagação dessa energia eletromagnética através do meio físico ou do espaço, a partir de uma fonte emissora, denominada de "irradiador".
Radiação vem do latim "radiatione", que é o ato ou efeito de radiar. Em física é qualquer processo de emissão. Os efeitos da radiação enquanto propagação de energia, seja por intermédio de fenômenos ondulatórios, seja por meio de partículas dotadas de energia cinética, podem ser deletérios para os organismos.
Artigos de opinião relacionados:
Radiações eletromagnéticas, parte II
Radiações eletromagnéticas, parte I
*Roberto Naime é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Fonte: EcoDebate