Opinião

Especismo e ecocídio: a ameaça de extinção dos rinocerontes

*José Eustáquio Diniz Alves

Enquanto a população humana cresce, a população de rinocerontes decresce. Atualmente, existe cerca de um milhão de indivíduos humanos para cada rinoceronte do mundo. Ou seja, um rinoceronte para cada cidade do tamanho de Nova Iguaçu ou Campinas.

Mas ao invés de estar sendo protegidos e com seus direitos reprodutivos garantidos, os rinocerontes estão ameaçados de extinção devido a caça predatória para a retirada do chifre, que é considerado afrodisíaco no incentivo das relações sexuais humanas.

Os rinocerontes vivem na Terra há milhões de anos e sobreviveram à diferentes eras glaciais. Porém, não estão conseguindo sobreviver à era do dinheiro, pois estão sendo mortos (mesmo com a existência do Viagra) para viabilizar o sonho de noites selvagens de paixão e sexo da elite humana, sem compaixão.

Centenas de rinocerontes são abatidos covardemente todos os anos para alimentar o comércio apenas do chifre, cujo preço no mercado negro vale mais que o ouro, chegando a 50.000 euros por quilo. Os criminosos cortam os chifres dos animais e vendem como remédio para diversos tipos de doença ou como porções afrodisíacas na China e no Sudeste Asiático.

Esta prática que trata os rinocerontes como se fosse uma espécie à disposição do deleite humano precisa ser classifica como um crime especista e deve ser condenada pelas leis internacionais contra o ecocídio.


*José Eustáquio Diniz Alves é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Fonte: EcoDebate