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Ação humana é uma das principais causas de incêndios em 2024

Ação humana é uma das principais causas de incêndios em 2024

Minas Gerais enfrenta um aumento alarmante de incêndios em 2024. Entre janeiro e setembro, o estado registrou mais de 23 mil focos. Isso representa um crescimento de 37,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Além da seca prolongada e da baixa umidade do ar, a ação humana é uma das principais causas do avanço de incêndios.

Dados da Polícia Militar de Meio Ambiente e a Defesa Civil Estadual indicam que 90% dos incêndios são provocados por atividades humanas. Neste ano, cerca de 50 pessoas foram presas, suspeitas de iniciarem incêndios florestais. No entanto, o número é bem inferior diante da quantidade de ocorrências.

A combinação de vegetação seca, altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes cria condições ideais para que pequenos focos se transformem em incêndios de grandes proporções. O controle das chamas torna-se extremamente difícil. Por isso, a prevenção e a conscientização são essenciais para evitar impactos devastadores no meio ambiente e na sociedade.

Entre as principais atividades que podem iniciar um incêndio, estão: queimadas realizadas para a limpeza de terrenos, bitucas de cigarro descartadas de forma inadequada e fogueiras mal apagadas. Independente da intenção, colocar fogo em área de vegetação é crime, como prevê o artigo 41 da Lei nº 9.605/98.

A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a gravidade da situação no contexto atual: “Não é possível que, diante de uma das maiores secas de toda a história do nosso continente e do país, as pessoas continuem colocando fogo. Isso causa grande mal à saúde pública, ao meio ambiente, aos nossos sistemas produtivos e só agrava o problema da mudança do clima. Quando você tem uma situação em que sabe que colocar fogo é como acionar um barril de pólvora, isso é uma intenção criminosa.”

Incendiários em Minas Gerais

A Polícia Militar registrou pelo menos três casos de incêndios provocados por ação humana nos primeiros 15 dias de setembro. O primeiro foi em 1º de setembro. Um homem de 36 anos foi preso em flagrante após iniciar um incêndio em vegetação com um isqueiro em Ritápolis, no município de São João Del Rey.

Nove dias depois, houve outro caso em Juiz de Fora. Dois homens, de 40 e 54 anos, iniciaram um incêndio enquanto limpavam um terreno às margens da BR-267. As chamas consumiram 199 hectares, incluindo 167 hectares de áreas de preservação permanente e 30 hectares de floresta secundária da Mata Atlântica. A dupla responderá pelo artigo 41 da Lei 9605/98, que prevê pena de 2 a 4 anos de prisão. Além disso, cada um foi multado em R$ 574.312,56.

No dia 15, ocorreu mais um incêndio na Zona da Mata. Um homem de 43 anos ateou fogo em uma área de vegetação próxima ao campus da Universidade Federal de Viçosa. A Polícia Militar identificou o incendiário com a ajuda dos sistema de câmeras “olho vivo”. A motivação do crime é desconhecida.

Os casos citados, assim como tantos outros, reforçam a necessidade de medidas mais rigorosas de prevenção e punição para desestimular potenciais incendiários, funcionando como um mecanismo de dissuasão contra crimes ambientais.