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Reabertura da estrada do salão dourado foi discutida na reunião do Conselho Consultivo do Parque Estadual do Rio Doce (Perd)

Reabertura da estrada do salão dourado foi discutida na reunião do Conselho Consultivo do Parque Estadual do Rio Doce (Perd)

A possibilidade de reabertura da estrada do Salão Dourado, que atravessa o Perd pela Mata do Campolina, sua única área de mata virgem, foi tema da pauta na reunião do Conselho consultivo do Parque Estadual do Rio Doce, realizada no dia 23 passado. A tônica da discussão foi marcada pela unanimidade de que a estrada não pode receber tráfego “normal”, devendo ser utilizada somente para trânsito de veículos do IEF, brigadistas, turismo controlado e educação ambiental.

Dalce Ricas, superintendente da Amda participou da reunião e expressou o alinhamento da entidade com os conselheiros. “É difícil imaginar que o IEF acredite que permitir tráfego constante de veículos, inclusive caminhões, não causará impactos que podem ser irreversíveis ao Perd. Não há outra pergunta: quais são os interesses políticos e econômicos atrás disto?, diz.

Na reunião, dois fatos foram destacados: silêncio do IEF sobre autorização dada à prefeitura de Marliéria para reformar a Ponte Queimada que dá acesso à estrada. Ofício solicitando revogação da autorização, assinado por dezenas de instituições da sociedade civil foi enviado ao órgão há 30 dias e não há resposta. Nem mesmo ao Conselho.

O outro é a tentativa do gerente do parque de solucionar o impasse. Ele informou que articula com a Prefeitura de Pingo D´Água a construção de guarita para vigilância do trânsito visando impedir tráfego de veículos que não se enquadrem nos usos permitidos.

A representante da Amda elogiou a iniciativa, mas lembrou que é preciso ter recursos para manutenção da vigilância. O arquiteto José Angelo Paganini, que representa a Relictos no Conselho, e outros conselheiros também elogiaram, mas ponderam que as opções são incertas, dependem de terceiros e de administrações públicas. “Precisamos de soluções definitivas e eficazes”, afirma José Angêlo, ecoando posição de outros conselheiros e da Amda.

Para a Amda e Relictos, a situação é clara: não há recursos para construir e operar o sistema de vigilância e o silêncio do IEF quanto ao assunto reflete a postura do governo do Estado, de favorecer interesses políticos e econômicos em detrimento da proteção do Perd.