Governo anuncia medida de prevenção ao fogo no país
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assinou na última quinta-feira (27) uma portaria que estabelece estado de emergência em áreas mais suscetíveis a incêndios florestais. Punição a incendiários, restrição de créditos e impedimento do uso alternativo do solo pós incêndio não foram mencionados.
A medida é louvável e merece aplausos. Mas a Ministra poderia ter aproveitado o momento para informar a sociedade se algum dos incendiários presos no ano passado foram punidos e porque as investigações sobre o Dia do Fogo, ação descarada de madeireiros, grileiros e proprietários rurais da Amazônia, combinada por rede social, foram encerradas. Punição rigorosa deveria ser ferramenta na política de combate aos incêndios.
Seria legal também, anunciar restrição severa a créditos para proprietários físicos ou jurídicos em cujas terras tenham ocorrido incêndios. Até o BB fornece crédito com a desculpa furada de que o fogo pode não ter sido “culpa do dono”, mesmo no coração desabitado por humanos “civilizados” da floresta Amazônica.
Fiscalização e punição drástica em relação ao uso alternativo do solo pós fogo deveria já estar acontecendo e sendo anunciada à sociedade. O “crime continua compensando!”.
Segundo o MapBiomas, em 2024, mais de 30,8 milhões de hectares foram queimados no Brasil entre janeiro e dezembro de 2024, área maior que todo o território da Itália. O número representa um aumento de 79% em relação a 2023, sendo a maior área queimada registrada desde 2019.
*Dalce Ricas é superintendente executiva da Amda.