Reativação de mina em Ibirité ameaça Parque do Rola Moça
Assim como a MGB, a mina é limítrofe à UC e não é viável ambientalmente.
Em reunião do Conselho Consultivo do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, realizada em 2 de dezembro, foi discutido o pedido de licença ambiental da Mineração Santa Paulina, localizada na zona de amortecimento do parque, em Ibirité (MG). A retomada das operações, paralisadas há mais de 15 anos, representa uma grave ameaça à unidade de conservação e sua biodiversidade.
A empresa apresentou ao conselho estudo sobre possíveis impactos do empreendimento. Em parecer sobre o documento, conselheiros do parque alertaram para os riscos do empreendimento, situado no limite do Parque. A concessão da licença, ainda será analisada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
O parecer foi assinado por Aline Almeida Guerra, da Associação de Engenharia Sanitária e Ambiental e do Comitê da Bacia do Rio Paraopeba, Adriano Ventura, da PUC Minas, e Francisco Mourão, da Amda. Entre as principais preocupações dos conselheiros está o risco de isolamento geográfico. O parque abriga espécies raras e ameaçadas, que necessitam de áreas contínuas e preservadas para sobreviver. Contudo, o avanço da urbanização compromete a conexão do parque com outras áreas naturais.
A instalação de mais um empreendimento minerário em seu entorno intensifica a pressão sobre sua biodiversidade, por aumentar a presença humana, geração de ruídos e poeira, além de se tornar atrativo para novos loteamentos.
O empreendimento ameaça o manancial de Taboões, dentro do parque, essencial ao abastecimento da RMBH Estudos hidrogeológicos, fundamentais para avaliar os impactos ao aquífero, não foram apresentados. Os danos podem comprometer a segurança hídrica, afetando, inclusive, a produção agrícola.
Para os conselheiros, o estudo desconsidera a diversidade de espécies presentes na área e não avalia impactos ambientais a longo prazo. Além disso, áreas classificadas pela empresa como “já alteradas” abrigam vegetação nativa em diferentes estágios de regeneração, contrariando as informações fornecidas.
