ONGs e especialistas cobram transparência na COP30
Lobby de setores poluidores tem sobressaído nas cúpulas do clima, em detrimento da agenda climática.

Ao lado de mais de 260 organizações e especialistas de diversas partes do mundo, a Amda assinou carta contra a influência de lobistas do setor fóssil e do agronegócio na COP30, que será realizada no Brasil. As entidades enviaram o documento ao governo brasileiro e ao Secretariado da Convenção da ONU sobre o Clima.
Lobistas de setores poluidores estão presentes desde as primeiras cúpulas do clima, mas o índice aumentou nos últimos anos. Em 2023, nos Emirados Árabes, participaram pelo menos 2.456 representantes do lobby dos combustíveis fósseis.
O número foi mais de sete vezes a quantidade de indígenas participando oficialmente da conferência, de acordo com dados são da KBPO (Kick Big Polluters Out ou Expulse os Grandes Poluidores em tradução livre).
Em 2024, no Azerbaijão, foram cerca de 1.773 lobistas fósseis. O número superou a delegação dos 10 países mais afetados pela crise do clima, como Micronésia e Guiné-Bissau. O apelo das ONGs, lideradas pela Transparência Internacional, é para que o mesmo não ocorra na COP30, em Belém (PA).
As organizações signatárias alertam para a urgência de ações concretas diante dos recentes recordes de temperatura. Eventos extremos, a exemplo dos grandes incêndios em Los Angeles e das enchentes no sul do Brasil, estão se tornando comuns. O documento enfatiza a necessidade de padrões de transparência mais robustos.
O pleito inclui a exclusão de lobistas de setores poluidores das delegações, além da implementação e a divulgação de declarações de interesses dos organizadores do evento e das delegações.