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Calor extremo e temporais deixam brasileiros em estado de alerta

Calor extremo e temporais deixam brasileiros em estado de alerta
Calor se estende pelo Brasil. Crédito: Reprodução/MetSul Meteorologia.

Com termômetros ultrapassando os 40ºC, cidades brasileiras enfrentam dias de calor extremo e grande risco de temporais. No Rio de Janeiro, a previsão é de sensação térmica acima de 50ºC. Devido à onda de calor, várias escolas adiaram o início das aulas, enquanto outras reduziram o horário de funcionamento.

Os impactos atingiram também a saúde pública. No Rio, mais de 2.400 pessoas buscaram atendimento médico na primeira quinzena de fevereiro por queimaduras solares e desidratação. Em São Paulo, foram 127 atendimentos por problemas relacionados ao calor em janeiro deste ano, um aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2024.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas podem ficar até 5°C acima da média para fevereiro. Além do calor intenso, a população enfrenta temporais, uma vez que as temperaturas elevadas aumentam o potencial destrutivo das tempestades.

Municípios como Balneário Camboriú (SC) decretaram situação de emergência devido a alagamentos e deslizamentos de terra. Conforme indicam especialistas, esses eventos estão associados à formação de ciclones extratropicais e frentes frias.

A professora Marina Hirota, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), destaca que eventos climáticos extremos já são mais frequentes. “Os relatórios do IPCC apontam que secas, frio, chuvas e ondas de calor já são realidade e não algo para o futuro”, afirmou à Folha.

Clima extremo provoca mortes e prejuízos

Entre 1993 e 2022, eventos climáticos extremos mataram 765 mil pessoas no mundo e geraram prejuízos de US$ 4,2 trilhões. Os dados são do Índice de Risco Climático, elaborado pela organização alemã Germanwatch. O levantamento classifica os países pelo custo humano e econômico do clima extremo.

Ao longo dos 30 anos avaliados pelo estudo, o mundo sofreu com mais de 9.400 desastres climáticos, que impactaram especialmente as nações mais pobres e vulneráveis. Inundações, tempestades, ondas de calor e secas foram as causas mais recorrentes de perdas humanas e materiais.

No Brasil, eventos extremos causaram 137 mil mortes, assim como perdas econômicas de mais de R$ 10 bilhões em três décadas. O relatório destaca os incêndios florestais de grande escala na Amazônia, no Pantanal e no Cerrado em 2024.

Além disso, o documento enquadra como evento climático extremo as tempestades e enchentes que desalojaram cerca de 1 milhão de pessoas e causaram 251 mortes, principalmente no Rio Grande do Sul.