Notícias

Brasileiros apoiam criação de novos parques nacionais

Estudo destaca disparidades no acesso a áreas verdes no Brasil.

Brasileiros apoiam criação de novos parques nacionais
Parque Nacional do Itatiaia, MG. Imagem: Parque Nacional do Itatiaia | Reprodução

Um levantamento inédito realizado pelo Datafolha, apontou que 91% dos brasileiros apoiam a criação de mais parques nacionais. Encomendada pela Fundação SOS Mata Atlântica, o estudo revelou que o hábito de frequentar áreas verdes, como praças arborizadas e parques urbanos, é mais comum entre pessoas com maior renda e jovens. 

De acordo com os dados, 74% dos entrevistados frequentam áreas verdes urbanas, sendo a maioria de maior renda e residentes em grandes cidades. Em relação aos parques nacionais, o índice de frequentadores varia conforme a renda: 36% das pessoas com renda de até dois salários mínimos visitam esses locais, enquanto o número sobe para 63% entre aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos.

Diferentes hábitos regionais

A pesquisa mostrou disparidades regionais no acesso e uso dos parques. No Sudeste, 46% dos moradores visitam parques nacionais, enquanto no Nordeste esse número cai para 37%. Já o Sul lidera na frequência a parques urbanos, com 80% dos moradores afirmando utilizá-los. Em cidades com mais de 500 mil habitantes, 80% frequentam áreas verdes, contra 69% em municípios com até 50 mil moradores.

Entre os gêneros, o hábito de visitar parques nacionais é mais comum entre homens (47%) do que entre mulheres (38%). A diferença também aparece entre faixas etárias: 47% dos jovens de 16 a 24 anos frequentam esses espaços, ao passo que somente 31% das pessoas com 60 anos ou mais mantêm essa prática. 

Além disso, o nível educacional influencia: 58% das pessoas com ensino superior visitam parques, contra 31% dos que estudaram até o ensino fundamental.

Leia+ Governo criará novas unidades de conservação na Caatinga

A importância de ampliar o acesso

Para Diego Igawa Martinez, coordenador de projetos da SOS Mata Atlântica, o estudo evidencia a necessidade de descentralizar a oferta de áreas verdes e ampliar seu acesso, principalmente em regiões periféricas. 

“Esses percentuais são uma evidência da importância das áreas verdes para a população urbana e da necessidade de ampliar seu acesso, especialmente nas periferias”, destaca. 

Segundo o biólogo, essas áreas têm um papel estratégico não apenas na qualidade de vida da população, mas também no enfrentamento das mudanças climáticas, contribuindo para a redução de ilhas de calor e a melhoria da qualidade do ar.

“Esses espaços podem tanto ampliar a qualidade de vida das pessoas como ajudar no combate às mudanças climáticas, reduzindo ilhas de calor e melhorando a qualidade do ar. São fundamentais para cidades mais sustentáveis e saudáveis”, concluiu.

Percepção sobre mudanças climáticas

O levantamento também investigou a percepção dos brasileiros sobre as ações governamentais de enfrentamento às mudanças climáticas. 

No âmbito federal, 54% acreditam que existem iniciativas nessa área, porém 39% afirmam não identificar ações. Na amostra por estados, 49% reconhecem as medidas, enquanto 40% não percebem nenhuma. Por outro lado, nos municípios, 44% enxergam iniciativas locais, mas 46% acreditam que não há esforços visíveis.